Segundo dados de 2022 compilados em relatório inédito do Observatório da BR-319, a Terra Indígena Karipuna, em Rondônia, foi a mais desmatada entre as 69 terras indígenas que estão no entorno da rodovia BR-319. A retomada da reconstrução da rodovia, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), é apontada como um dos principais fatores do aumento do desmatamento da Floresta Amazônica.
Do desmatamento praticamente zero até 2015, a TI Karipuna se tornou a quarta mais desmatada em toda a Amazônia em 2022. Lideranças Karipuna denunciam que invasores estão impondo medo e terror à comunidade, que está confinada em uma área restrita do seu próprio território.
O desmatamento no território Karipuna está associado ao comércio ilegal de madeira nobre, que utiliza serrarias legalizadas nos distritos vizinhos à terra indígena, onde ocorre o processo de esquentamento da madeirada roubada, segundo as investigações da Polícia Federal.
Segundo os dados divulgados pelo Observatório da BR-319, só em 2022 foram devastados 1.733 hectares na TI Karipuna, praticamente metade de todo o desmatamento registrado nas dez terras indígenas mais impactadas no entorno da BR-319, onde foram derrubados 3.678 hectares. Além disso, o território também foi o que mais queimou nessa região da Amazônia, concentrando o maior número de focos de queimadas.
Os indicadores são estimativas produzidas pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), e do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e compilados pelo OBR-319.
Fonte: Assessoria
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