Poliany Rodrigues; 11/09/2024 às 16:20

Em Maués, Mostra de Cinema promove inclusão e celebra cultura regional na Amazônia

Com relatos de interesse em seguir carreira no audiovisual, Mostra de Cinema atingiu mais de 150 pessoas, e entregou mais de 40 certificados de participação

 

Foto: Alef kaf / Divulgação

A 1ª Mostra de Cinema de Maués, realizada pela produtora Aluá Filmes e Experiência Mawé, surgiu como um marco na descentralização do audiovisual na Amazônia, promovendo a inclusão e valorização da cultura regional. O evento, contemplado pelo edital nº 001/2023 “Chamamento Público para Ações na Área do Audiovisual”, do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), ofereceu ao longo de cinco dias uma programação diversa, voltada para diferentes públicos.

“É fundamental descentralizar o audiovisual da capital, adaptar-se às realidades amazônicas e garantir o acesso e a inclusão de todes”, afirmou Dayo Nascimento, oficineiro e um dos principais nomes do evento.

Artista transmasculino e educomunicador, Dayo é integrante do projeto de extensão Campo Experimental da Imagem, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e dirigiu a oficina “Fotografia com Celular”. Para ele, a mostra é um divisor de águas para o cinema no Estado.

“A proposta de oferecer oficinas no interior do Amazonas é ousada, pois demanda maior logística e mobilização. Além da acessibilidade em Libras (Língua Brasileira de Sinais), conseguimos incluir pessoas que não sabem escrever e que estão começando a utilizar aparelhos móveis”, compartilhou.

Com exibições em escolas públicas e quatro outros pontos estratégicos da cidade, a Mostra atingiu mais de 150 pessoas, entregando 40 certificados de participação. Além disso, o evento gerou relatos de interesse em seguir carreira no audiovisual.

Segundo Dayo, a formação oferecida não apenas fomentou a economia criativa local, mas também permitiu que os participantes pudessem explorar suas próprias narrativas.

“Acredito que a programação contribuiu para povoar um imaginário onde os participantes se veem como autores de suas histórias”, complementou.

Outro oficineiro, Aruã Oipasam, roteirista com vasta experiência em produções locais, percebeu o impacto imediato da iniciativa. Durante a oficina de “Roteiro”, ele observou o valor que as pessoas dão ao acesso a novas ferramentas.

“Foi muito perceptível o quanto as pessoas têm interesse em ter acesso a uma ferramenta e quando têm aquilo em mãos é dado muito valor. Eu vi que as pessoas só precisam de um incentivo, de um início para elas começarem a pesquisar mais sobre aquele assunto”, destacou.

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