Com roteiro de produtores do Maranhão, o trailer e cartaz do filme de terror “Curupira: O Demônio da Floresta” resultou em várias críticas de usuários do Twitter e Instagram por apresentar, aos nortistas, desrespeito pela figura tão importante no folclore amazônico.
Integrante das lendas da cultura indígena, a entidade protetora da floresta foi transformada em um personagem de terror em que toda sua imagem física também foi modificada para causar horror a quem assiste.
Com a divulgação do trailer, lideranças indígenas e estudiosas do tema, entre outras pessoas, se manifestaram nas redes sociais para demonstrar o desrespeito que sentiram com a modificação e representação com que trataram o Curupira.
O ativista indigena Emerson Pataxó, foi uma das pessoas a se manifestar no Twitter. “Os brancos, como sempre, tratando seres espirituais indígenas como ‘demônios’, é assim com os povos negros, conosco não fariam diferente! Absurdo!”.
Os brancos como sempre, tratando seres espirituais Indígenas como “DEMÔNIOS”, é assim com os Povos Negros, conosco, não fariam diferente!
Absurdo! https://t.co/V2xFsXJKTk— Emerson Pataxó (@emersonpataxo) October 18, 2021
Enquanto no Instagram, a pesquisadora e curadora de literatura indígena Julie Dorrico, avaliou o filme como “a demonização dos encantados é racismo religioso”. Para ela, a representação foi uma forma de matar simbolicamente os povos indígenas.
Em contato com o jornal Folha de São Paulo, o diretor do longa, Erlanes Duarte, afirmou que não teve qualquer intenção de ofender religião ou etnia indígena.
“O filme não debate sobre isso nem tem cunho político. Se tirarmos a parte ficcional do filme, você verá a mensagem sobre a preservação do meio ambiente e como a natureza responde à ação do homem”, disse, por e-mail.
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