Há alguns anos, nós esperávamos ansiosamente para um filme chegar aos cinemas ou visitávamos uma loja de discos diariamente para conferir se o álbum dos nossos cantores e bandas favoritas já estavam nas prateleiras. Mas o mundo digital mudou esses hábitos. Hoje, não precisamos mais sair de casa e nem mesmo de nossos quartos para assistir a uma grande produção, podemos assistir shows ao vivo e ouvir álbuns em primeira mão. A Internet fez com que esses produtos chegassem aos nossos computadores, aos nossos celulares e ao conforto de nossas casas.
A facilidade e o baixo custo se aliaram para impulsionar o momento que vivemos. As indústrias gastam menos e o consumidor final encontra mais praticidade. Os serviços de streaming dominam a Internet e enquanto as gravações físicas perdem espaço, o streaming se consolida como a opção preferida de todos.
Assim como na Guerra dos Tronos, todo mundo quer dominar o mercado de streaming. Netflix, Amazon Pride Video, HBO e Hulu, que ainda não está disponível no Brasil, investem cada vez mais em produções originais e duelam pelos corações dos milhões de telespectadores. Mas o cenário começa a mudar quando gigantes como Disney e Warner entram na brincadeira. Afinal, essas duas são detentoras de grandes produções do cinema mundial.
Na semana passada, a Marvel surpreendeu a todos durante seu painel na San Diego Comic-Con. A marca apresentou seus projetos para a Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), mas a grande novidade ficou a cargo do Disney+, plataforma da companhia: cinco das 11 atrações anunciadas serão séries exclusivas do serviço de streaming. Além da Marvel, o Disney+ também terá produções de Pixar, Star Wars e National Geographic, marca adquirida junto ao pacote Fox em março deste ano.
Entrando na briga, temos o HBO Max, serviço da WarnerMedia, que, não por acaso, já anunciou a retirada de Friends (vale lembrar que a série costumava bater recordes de audiência), Supernatural, The Vampire Diaries, Riverdale e The 100, além de franquias vinculadas ao universo de heróis da DC do catálogo da Netflix. Outra proposta é o lançamento de reboots de séries queridinhas do público, como o drama teen Gossip Girl, sucesso entre 2007 e 2012 que ganhará uma temporada de dez episódios com novos personagens.
Apesar disso, os outros players têm cartas na manga e não podem (e nem devem) ser subestimados. A Netflix, por exemplo, que popularizou o modelo de negócios e começou a corrida que vemos agora, tem expertise suficiente em compreender seu público e com certeza vai utilizar seu conhecimento de mercado para criar conteúdo cada vez mais personalizado. Prova disso é que, segundo estimativas de analistas, a marca deve investir entre US$ 15 e US$ 17 bilhões em produção e estrutura de estúdios até o fim de 2019.
Se está difícil até para a Netflix se manter nesse mercado que ela mesma criou, imagina para os canais de televisão tradicionais, que dependem de assinaturas e ditam os dias e horários da programação, e agora precisam competir com temporadas inteiras disponíveis para “maratonar” na Internet e sem o incômodo de intervalos comerciais interrompendo os episódios.
Em uma época em que o principal entretenimento está na Internet, só nos resta esperar (e acompanhar) qual será o próximo passo da gigantesca indústria para quem o futuro, que parecia distante, chegou.
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