Tuane Silva; 10/08/2022 às 14:30

Publicação revela como a mudança climática impacta populações mais vulneráveis no Brasil

O ponto principal do livro são as falas das pessoas que defendem seus territórios, em diversas regiões do Brasil e em diferentes contextos

Nesta terça-feira, 9, o Observatório do Clima lançou o livro “Quem precisa de justiça climática no Brasil?”, durante a Conferência Brasileira de Mudança do Clima, em Recife (PE). O título traz conceitos, retrospectiva de eventos climáticos extremos no país e, em destaque, 16 entrevistas com lideranças indígenas, quilombolas de comunidades pesqueiras, periféricas e rurais, além de especialistas que lidam com o tema.

O ponto principal do livro são as falas das pessoas que defendem seus territórios, em diversas regiões do Brasil e em diferentes contextos. Elas moram em periferias urbanas de Pernambuco e do Distrito Federal, em aldeias de Rondônia ou Santa Catarina, coletam castanhas no Amazonas e em Mato Grosso ou vivem em quilombos da Bahia e de Goiás. A maioria das entrevistas foi realizada com lideranças mulheres e especialistas na defesa do meio ambiente, que contam suas vivências e perspectivas quanto às transformações da natureza e como se organizam coletivamente. O alerta é de como fatores ambientais e climáticos reforçam desigualdades já existentes e exacerbam a marginalização.

Completam a publicação seis ensaios e um breve tributo a algumas ativistas climáticas. O prefácio ficou a cargo da ex-ministra Marina Silva, que abre as reflexões lembrando o quanto o modo de vida humano gera desorganização no sistema natural que dá suporte à vida na Terra.

“Em geral são os que menos causam impacto ambiental, os que menos consomem os recursos naturais do planeta, mas é sobre quem recai o maior sofrimento pelas mudanças climáticas já em andamento”, assinala Marina.

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