Tuane Silva; 28/07/2022 às 15:00

Consumo de plástico em delivery aumentou 46%, segundo estudo da ONG Oceana

O crescimento reflete o impacto da pandemia na mudança de hábitos de consumo

O consumo de plásticos descartáveis em pedidos de entrega de comida aumentou 46% de 2019 para 2021, um total de 25,13 mil toneladas. Os dados foram divulgados no estudo ‘O mercado de delivery de refeições e a poluição plástica’, encomendado pela ONG Oceana. Esse crescimento reflete o impacto da pandemia na mudança de hábitos de consumo, devido ao isolamento social.

De acordo com o levantamento, feito pela consultoria econômica Ex Ante, os setores de alimentação para viagem e hotelaria demandaram um total de 154,1 mil toneladas de embalagens por ano entre 2018 e 2021, e seis mil toneladas por ano de canudos, copos, pratos e talheres de plástico para este mesmo período.

“Concebidos para consumo e descarte imediato, esses itens geram grande quantidade de resíduos não recicláveis e não biodegradáveis. Nesse sentido, o que hoje pode parecer barato para o consumidor deixa um legado negativo para o futuro, com custos ambientais e de gestão que serão pagos por toda a sociedade. Mesmo que a redução dos pedidos de refeições esteja ocorrendo, sabemos que as empresas estão investindo em outras entregas, que também envolvem muito plástico – precisam aprender com o que houve e oferecer ao consumidor alternativas ao plástico”, aponta o diretor-geral da Oceana no Brasil, o oceanólogo Ademilson Zamboni.

Em dezembro de 2020, a Oceana e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançaram a campanha #DeLivreDePlástico, para pressionar as empresas de aplicativos de entrega a se comprometerem com a redução do uso de plástico descartável em suas operações. Em agosto de 2021, o gigante do setor, iFood, posicionou-se a favor do compromisso, mas ainda não anunciou metas concretas.

Atualmente, a produção de plástico de uso único no Brasil é de 2,95 milhões de toneladas por ano. A grande maioria, 87%, corresponde a embalagens. 

Fonte:  O ECO

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