Trazer à tona questões sociais – como racismo, homofobia e machismo – por meio de obras clássicas virou uma tendência nos últimos tempos. Harmonia Rosales, natural de Cuba, foi uma das artistas que aderiu à tal forma de protesto através das artes. A pintora faz releituras de pinturas históricas colocando mulheres negras como protagonistas, fugindo assim do padrão europeu presente em massa nas artes clássicas.

Segundo Harmonia, apesar das negras não estarem presentes na estrutura dominante da época, elas existem e precisam ser lembradas. “Será que todos nós não ajudamos a construir essa terra em que vivemos?”, indaga a artista.
Uma das pinturas clássicas mais conhecidas mundialmente é “A criação de Adão”. A obra retrata o surgimento da humanidade, no entanto, ela – ironicamente – é composta somente por homens brancos. A tradicional associação de beleza e virtude, encontradas nas artes do período Clássico, dificilmente abrange negros. Assim, o retrato idealizado do ser humano no universo classicista – e na história em geral – se mostra extremamente racista e é o objeto de crítica de Harmonia Rosales.
O protesto através da arte é impactante. Harmonia expressa com maestria tal crítica e mostra que as mulheres negras existem e resistem na história e nas artes.
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