Nayá Costa; 27/02/2020 às 15:23

Consciência e diversidade marcaram o Carnaval de 2020

Questões como diversidade, assédio e preconceito racial foram pauta em meio a folia

O Carnaval de 2020 no Brasil foi carregado de críticas políticas e sociais, tanto dentro da avenida quanto fora dela. As escolas de samba investiram na conscientização e lutaram pela diversidade, além de denunciarem o racismo estrutural existente no país. O mundo do marketing também não ficou de fora, com campanhas e ações espalhadas por todo o país. Assim, vimos este ano no Brasil um Carnaval mais consciente. 

A Sapucaí foi o centro das principais ações contra o assédio, o racismo e a homofobia. Os desfiles trouxeram este ano uma visão política e social extremamente forte, da Mocidade com seu samba contra a opressão feminina à Mangueira trazendo diversas faces de Jesus Cristo. A Viradouro, grande campeã deste ano, fez uma ode à cultura popular baiana e reforçou também o poder feminino na avenida. Reforçar tais temas dentro da avenida foi um grande passo na luta pelas minorias em um país que traz o preconceito de seu leito. 

Com números cada vez mais altos de assédio, boa parte das campanhas publicitárias foram voltadas para o tema. As empresas saíram do “on” e foram direto para bloquinhos de rua e trios elétricos conscientizar o público e dar também suporte para vítimas. Certamente, este ano houve mobilização em relação às diversas violências vividas por mulheres na época mais agitada do ano.

Uber

Para reforçar seu compromisso com o respeito, a uber lançou uma campanha extremamente importante para o momento em que vivemos. A ação utilizou frases marcantes dizendo não ao machismo, racismo e homofobia. Como objetivo, a empresa busca sensibilizar sobre o Código de Conduta da Uber, que foi atualizado para deixar ainda mais claro os comportamentos que não são aceitos dentro da plataforma e incentivar o respeito. 

Assim, diversos pontos de ônibus foram tomados por frases como: “Não respeita duas mulheres se beijando? A Uber não é para você”, ou então “Você é do bloco dos assediadores, racistas ou LGBTfóbicos? A Uber não é para você”.

99

Com a #CarnavalSemAssédio, o aplicativo 99 criou sua campanha também em cima do grande número de casos relatados por usuários. Em parceria com o Catraca Livre, a produtora Rua Livre e a Prefeitura de São Paulo, eles foram até os blocos de rua dizer não ao assédio. Dessa forma, a força-tarefa “Anjos do Carnaval” foi pelo segundo ano consecutivo aos blocos e trios elétricos para acolher e orientar vítimas, além de identificar possíveis assediadores.

Em Manaus, o aplicativo promoveu outra ação, dessa vez online. Para contribuir com as vítimas de qualquer tipo de violência feminina, as corridas até a Delegacia da Mulher localizada na Av. Mário Ypiranga, 3395, estavam com 20 reais de desconto. A ação reforça o posicionamento do app e dá um suporte necessário para as mulheres durante o carnaval.

Não é Não!

O coletivo Não é Não! distribuiu suas clássicas tatuagens temporárias no carnaval. Além das tattoos, palestras e rodas de conversa para conscientização sobre o tema também foram realizadas por todo o país. Neste ano o número de estados cresceu para 15 e frisou a frase “Não é não” nos principais bloquinhos e trios elétricos. Portanto, objetivo também foi alertar e evitar casos de assédio durante o Carnaval.

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