Nayá Costa; 20/02/2020 às 17:40

#MercadizarIndica: um olhar sobre vergonha e luxúria em Gatsby

O filme une passado com contemporaneidade em um cenário luxuoso e melancólico

A adaptação de Baz Luhrmann do clássico de F. Scott Fitzgerald foi lançada em 2013 e mescla passado e contemporaneidade. Além de trazer temas relevantes, “Gatsby” possui um elenco de sucesso, com a participação de Tobey Maguire, Isla Fisher, Carey Mulligan e Leonardo DiCaprio, o protagonista do filme. 

Foto: Divulgação

A história é conduzida como uma fábula e tem como protagonista – e herói – o milionário Jay Gatsby. Em um cenário fantasioso e luxuoso, Gatsby é conhecido pela elite de Nova York por oferecer grandiosas festas em sua mansão. Apesar de sua popularidade, a vida do milionário é repleta de mistérios. Assim, Nick Carraway, narrador e aspirante a rico, se questiona durante a maior parte da história: afinal, quem é Gatsby?

Luxúria e euforia 

Gatsby se dá em um contexto histórico conhecido pela euforia social e a luxúria exacerbada, os “loucos anos 20”. Além das festas, os figurinos e os cenários do filme refletem bem a prosperidade econômica que os Estados Unidos viviam no período. Houve também um “boom” tecnológico e a produção em massa de automóveis – uma das paixões de Gatsby, por exemplo, é seu carro amarelo – o que também é visto durante a história. Dessa forma, o filme toca em assuntos importantes, como a Primeira Guerra Mundial, o American Way of Life, o racismo, a Lei Seca, e a controversa relação entre máfia e política.

Foto: Divulgação

“No encantado crepúsculo metropolitano, eu sentia, às vezes, em mim e nos outros, uma obsedante solidão, ao ver os pobres e jovens empregados caminhar a esmo diante das vitrines, à espera de que fosse hora de jantar num restaurante solitário… jovens empregados ao crepúsculo, desperdiçando o momento mais pungente da noite e da vida”. 

Para retratar bem toda essa euforia boêmia, o filme possui cenas agitadas, intrigantes e explosivas, bem ao estilo de Luhrmann (o mesmo pode ser observado em filmes como Moulin Rouge, 2001, e Romeu e Julieta, 1996).

Outra face de Gatsby 

Gatsby reflete bem todo o momento econômico e social dos anos 20. O milionário promove grandiosas festas, esbanja riqueza e demonstra fortemente seu ar de superioridade ao decorrer do filme. Porém, ao decorrer do filme outra face de Jay Gatsby é mostrada. 

O poderoso e misterioso milionário dá espaço ao pequeno garoto que nasceu na Dakota do Norte. James Gatz – seu nome de batismo – demonstra vergonha pela classe social que nasceu e a partir dela cria a persona “Gatsby”. Ele tenta arduamente mascarar seu passado enquanto denuncia seu ego.

Outro ponto chave é descobrir o porquê das festas. O segredo é revelado quando o milionário revela seu passado com Daisy, provando que fez tudo o que fez por seu amor. Assim, durante a obra o inabalável Gatsby se mostra afetado com vários momentos de seu passado.

Espelho da atualidade

O filme trouxe inovações à indústria cinematográfica, sendo um dos primeiros dramas produzido em 3D. Assim, Baz Luhrmann concebe a obra de Fitzgerald como um espelho da atualidade e retrata isso na trama.

Além das inovações, Gatsby conta também com uma trilha sonora contemporânea e dinâmica. Unir passado e presente é uma tarefa difícil, mas o cineasta fez isso com maestria em “Gatsby”.

Gatsby está disponível em netflix.com

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