Segundo Jordão Farias representatividade é o ato de sentir-se representado. “Representatividade é, também, a qualidade de nos sentirmos representados por um grupo, indivíduo ou expressão humana, em nossas características, sejam elas físicas, comportamentais ou socioculturais”, disse ele no artigo “A (falta de) representatividade negra: usos, sentidos e efeitos na sociedade brasileira”.
A presença de pessoas pretas na grande mídia, nas telas de cinema ou da TV de casa, é importante para a construção de identidade de homens, mulheres e, principalmente, crianças negras. Ao não se reconhecer nos filmes e séries, por exemplo, a criança pode desenvolver a longo prazo um sentimento de inferioridade, angústia e insegurança.
“O que fica como belo é o que se aparece na TV, nos livros — inclusive nos materiais didáticos. A gente vê muitas propagandas, livros de histórias infantis em que os personagens são brancos”, contou Ildete Batista, professora de educação infantil no Distrito Federal para o site Agência Brasil (2015).
É necessário também ressaltar que essa representatividade não pode ser feita somente com pessoas pretas atuando como seguranças e domésticas, reforçando o estereótipo racista de que pessoas negras estão presentes apenas em condições de serviços.
Hoje, a indústria cinematográfica tem caminhado a passos lentos para que atores e atrizes negras estejam presentes nos filmes, principalmente como protagonistas. Produções como Corra!, 12 anos de Escravidão, Histórias Cruzadas, Estrelas Além do Tempo e Infiltrado na Klan, são títulos de sucesso dos cinemas e de premiações e que tem mais de uma coisa em comum, além do protagonismo negro, todos tem o racismo como a sua principal temática.
Fazendo uma breve pesquisa na internet por “Filmes com protagonismo negro”, títulos como esses dominam os resultados, mas é preciso frisar que pessoas pretas não falam, produzem e consomem somente produtos sobre racismo. A população negra também consome maquiagem, moda, tecnologia e também quer se sentir representado em um filme de comédia romântica, terror ou ação, sem necessariamente ter o racismo como pauta principal.
Pensando nisso, hoje o #MercadizarIndica traz uma seleção de filmes que possuem protagonistas negros, mas que não tem o racismo como tema principal da produção.
O estranho noivo de Maya
Sinopse: Com o rompimento de seu noivado e para não se sentir humilhada, a obstinada Maya retorna da África com um homem se passando por seu noivo.
Disponível na Netflix.
Nós
Sinopse: Adelaide (Lupita Nyong’o) e Gabe (Winston Duke) decidem levar a família para passar um fim de semana na praia e descansar em uma casa de veraneio. Eles viajam com os filhos e começam a aproveitar o ensolarado local, mas a chegada de um grupo misterioso muda tudo e a família se torna refém de seus próprios duplos.
O menino que descobriu o vento
Sinopse: Sempre esforçando-se para adquirir conhecimentos cada vez mais diversificados, um jovem de Malawi se cansa de assistir todos os colegas de seu vilarejo passando por dificuldades e começa a desenvolver uma inovadora turbina de vento.
Disponível na Netflix.
Felicidade por fio
Sinopse: Violet Jones (Sanaa Lathan) é uma publicitária bem-sucedida que considera sua vida perfeita, tendo um ótimo namorado e uma rotina organizada meticulosamente para conseguir estar sempre impecável. Após uma enorme desilusão, ela resolve repaginar o visual e o caminho de aceitação de seu cabelo está intrinsecamente ligado à sua reformulação como mulher, superando traumas que vêm desde a infância e pela primeira vez se colocando acima da opinião alheia.
Disponível na Netflix.
Madame Satã
Sinopse: No bairro da Lapa vive encarcerado na prisão João Francisco (Lázaro Ramos), artista transformista que sonha em se tornar um grande astro dos palcos. Após deixar o cárcere, João passa a viver com Laurita (Marcélia Cartaxo), prostituta e sua “esposa”; Firmina, a filha de Laurita; Tabu (Flávio Bauraqui), seu cúmplice; Renatinho (Felippe Marques), sem amante e também traidor; e ainda Amador (Emiliano Queiroz), dono do bar Danúbio Azul. É neste ambiente que João Francisco irá se transformar no mito Madame Satã, nome retirado do filme Madame Satã (1932), dirigido por Cecil B. deMille, que João Francisco viu e adorou.
A chefinha
Sinopse: Saturada e cansada de sua rotineira vida adulta, uma mulher de meia-idade ganha a oportunidade mágica de voltar no tempo e ser jovem novamente. Vendo-se finalmente livre de todas as responsabilidades, ela logo aprende que até mesmo a jovialidade cobra o seu preço.
Disponível no Telecine.
Rafiki
Sinopse: Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva) são grandes amigas e, embora suas famílias sejam rivais políticas, as duas continuaram juntas ao longo dos anos, apoiando uma a outra na batalha pela conquistas de seus sonhos. A relação de amizade transforma-se em um romance que passa a afetar a rotina da comunidade conservadora em que vivem. As jovens terão que escolher entre experienciar o amor que partilham, ou se distanciar em função de uma vida segura.
Disponível no Telecine.
O limite da traição
Sinopse: Em O Limite da Traição, Grace Waters (Crystal Fox) é o pilar de longa data de sua comunidade na Virgínia, que enfrenta com classe a mudança de seu ex-marido e sua amante. Um dia, com a ajuda de sua melhor amiga, Sarah (Phylicia Rashad), ela tenta se colocar em primeiro lugar e conhece um novo interesse amoroso. Entretanto, Grace seu novo marido consegue destruir sua vida profissional e, principalmente, seu emocional. Trancada em uma cela, ela aguarda pelo seu julgamento por um assassinato, tendo como sua única esperança de vingança uma defensora pública inexperiente chamada Jasmine Bryant (Bresha Webb).
Disponível na Netflix.
Aranha no aranhaverso
Sinopse: Em Homem-Aranha no Aranhaverso, Miles Morales é um jovem negro do Brooklyn que se tornou o Homem-Aranha inspirado no legado de Peter Parker, já falecido. Entretanto, ao visitar o túmulo de seu ídolo em uma noite chuvosa, ele é surpreendido com a presença do próprio Peter, vestindo o traje do herói aracnídeo sob um sobretudo. A surpresa fica ainda maior quando Miles descobre que ele veio de uma dimensão paralela, assim como outras versões do Homem-Aranha.
Disponível para alugar no YouTube.
Chi-raq
Sinopse: A cidade de Chicago está tomada pela violência e pelas brigas entre gangues rivais. Quando uma criança é morta por uma bala perdida, as mulheres se reúnem e decidem tomar uma atitude drástica: iniciar uma greve de sexo até que os homens concordem em abandonar as armas. Mas os maridos e namorados não vão aceitar essas novas regras com facilidade. Adaptado da peça de teatro grega “Lysistrata”.
Disponível na Amazon Prime.
Meu tio matou um cara
Sinopse: Éder (Lázaro Ramos) é preso ao confessar ter matado um homem. Duca (Darlan Cunha), um menino de 15 anos, que é sobrinho de Éder, quer provar a inocência do tio. Ele tem certeza que o tio está assumindo o crime para livrar a namorada, Soraya (Deborah Secco), ex-mulher do morto. Duca também quer conquistar o coração de Isa (Sophia Reis), uma colega de escola que parece estar mais interessada em seu melhor amigo, Kid (Renan Gioelli). Para conseguir provar sua teoria, Duca recebe a ajuda de Isa e Kid nas investigações.
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