As roupas, mais do que meras vestimentas, são ferramentas usadas por muitas pessoas para expressar o estilo, personalidade, humor e até mesmo sentimentos. Porém, a grande indústria ainda foca em produções pré-determinadas e negligencia corpos fora do padrão.
A realidade é que os corpos reais possuem formatos diversos e os de pessoas com deficiência (PcDs), gordas ou com mobilidade reduzida são esquecidos quando se trata de vestuário. É neste cenário que a moda inclusiva se torna tão importante, devendo ser expandida cada vez mais por todas as fabricantes de vestimentas.
A moda inclusiva é uma proposta de produção de roupas com foco na diversidade humana, ela trabalha a mobilidade, funcionalidade e ergonomia das peças, propondo autonomia e opções para o público PCD e plus size. Você já pensou o quão difícil o ato de se vestir pode ser para essas pessoas?
Moda inclusiva para pessoas com deficiência
As pessoas com deficiência, assim como as sem deficiência, possuem estilo próprio e querem ser vistas e vestidas com roupas que não precisem de ajustes em costureiras para atender suas diferenças. Logo, a moda inclusiva propõe roupas adaptadas produzidas ainda nas fábricas, que representam o público desde as passarelas até o momento de se vestir.
Crianças que se enquadram no espectro austista, por exemplo, podem desenvolver diferentes sensibilidades sensoriais, por isso, roupas apertadas ou com certas texturas geram incômodo. Pensando nisso, a fast fashion Target, em 2017, sob liderança da designer Stacey Monsen, cuja filha se enquadra no espectro, produziu a coleção Cat & Jack Collection, a primeira linha infantil de moda desenvolvida para crianças neurodivergentes e com dificuldade de mobilidade.
Podem parecer grandes mudanças na produção das peças, mas certos ajustes já proporcionam acessibilidade no momento de se vestir para as PcDs. Entre os ajustes estão:
– Botões magnéticos;
– Fechamentos de roupas e sapatos com velcros;
– Zíperes frontais e laterais para todas as peças;
– Etiquetas em braille para pessoas com deficiência visual;
– Tecidos resistentes para uso de muleta;
– Tecidos específicos para pessoas neurodiversas;
– Modificações básicas para uso de cadeira de rodas;
– Tamanhos e adaptações para os mais de 300 tipos de nanismo.
Moda inclusiva para pessoas plus size
Outro grupo negligenciado pela indústria da moda é o de pessoas gordas, denominado plus size. Não basta que as roupas sejam apenas maiores, como precisam atender as necessidades e cair bem no corpo. Além disso, é importante que as peças sejam reforçadas com costura dupla, maior proteção entre as coxas e embaixo do braço, partes do corpo em que há atrito frequente.
As peças devem atender a todos os tamanhos plus size – que não se resumem apenas ao 40 e 42. É preciso levar em consideração o conforto para partes corporais que sejam mais avantajadas como, por exemplo, a papada ou “pochete” abaixo da barriga.
A moda plus size também deve levar em consideração a diversidade de estilo visto que muitas roupas são mais neutras ou focadas em vestidos. Alguns ajustes para esse público incluem:
– Diversas etiquetas acima do tamanho GG;
– Estampas nas tendências do mercado;
– Modelagens para diferentes corpos gordos;
– Tecidos e texturas variadas;
– Tecidos resistentes a atritos do corpo.
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