Sofia Lourenço; 15/08/2024 às 16:00

Projeto leva inclusão para crianças e adolescentes deficientes por meio da música em Manaus

Mais de 100 crianças e adolescentes autistas, surdos, cegos e com outras deficiências múltiplas estão sendo alcançadas pelo projeto

Encerrou nesta terça-feira, 13 de agosto, a terceira edição do projeto “A música nas escolas públicas de atendimento especial: uma ferramenta de transformação social” promovido na Escola Estadual Joana Rodrigues Vieira, que atende crianças cegas e/ou com baixa visão, além de autistas e deficientes múltiplos.

Imagem: Divulgação

O projeto busca promover a inclusão pedagógica por meio da música em escolas públicas especiais, utilizando intervenções neuropsicopedagógicas para atender às necessidades individuais dos estudantes.

Iniciado no segundo semestre de 2023, o projeto é uma proposta de política pública que, com a autorização das escolas, implementa atividades musicais voltadas para alunos com deficiência. 

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Durante as atividades, os estudantes têm a oportunidade de escolher um instrumento musical e criar células rítmicas baseadas em ritmos brasileiros, como baião, forró e samba, em um ambiente que valoriza a sociabilidade e a expressão individual.

O diretor do projeto, Abner Viana, destacou a importância do envolvimento dos alunos na música, enfatizando que a experiência de cada estudante varia conforme a escola e a faixa etária, mas sempre respeitando as particularidades de cada um. 

“A busca pelo som que cada estudante imagina e de tentar reproduzi-lo em um instrumento musical ou de cantar e dançar um determinado ritmo, é muito suis generis [do latim, “de seu próprio gênero”], porque não apenas varia de escola para escola, mas também de faixa etária para faixa etária. Esse tipo de interação dá ênfase no diferencial de cada um, preservando o conjunto [de alunos], mas permitindo que cada um se expresse da forma que achar melhor”, comenta Viana.

A intérprete de Libras Cristina Lima destacou o impacto significativo do projeto na inclusão de estudantes surdos, desmistificando a ideia de que pessoas com deficiência auditiva não apreciam a música.

“Fazer a interpretação da música para o surdo é importante, porque muitas vezes as demais pessoas acreditam que o surdo não gosta de música, não sabe dançar. Mas nós percebemos que o surdo gosta de escutar música, ele dança, sente o ritmo e a vibração. Então, eles conhecem esses elementos e o sentido da música”, enfatiza.

Imagem: Divulgação

Em agosto, o projeto visitou os colégios estaduais Augusto Carneiro dos Santos, Diofanto Vieira Monteiro, Manoel Marçal de Araújo e Joana Rodrigues Vieira, todos atendem uma gama de estudantes com algum tipo de deficiência. 

As atividades estão sendo adaptadas para documentários, com legenda e tradução em Libras, que podem ser acessados gratuitamente no canal do YouTube.

“Queremos inspirar mais profissionais da Educação a criar projetos que tenham a mesma pegada: inclusão social. Somente, assim, junto às escolas e a sociedade, poderemos transformar a nossa realidade”, finaliza Abner Viana.

A 3ª edição do projeto “A música nas escolas públicas de atendimento especial: uma ferramenta de transformação social” é contemplado pelo Edital nº 007/2023 – Chamamento Público de Fomento às Artes – do Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM), e tem apoio do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e do Espaço Curupira.

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