Após sete anos de pausa, o Amazônia Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema veio mostrar a força da narrativa documental para a reflexão sobre temas urgentes e contemporâneos. Tanto que o Júri Oficial do evento precisou reconhecer, além dos vencedores, menções honrosas à produções de elevada qualidade. Na etapa competitiva, foram duas mostras: Amazônia Legal e Pan-Amazônia. Os vencedores foram conhecidos em uma noite de muita expectativa, em meio às reações do público que lotou o Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, na noite da última sexta-feira (7), em Belém.
Por parte do Júri Oficial, na mostra “Amazônia Legal” venceram os filmes “Léguas a nos separar” (PA), de Vitor Souza Lima, na categoria Melhor Curta-metragem; “Bimi Shu Ykaya” (AC), de Yube Huni Kuin, Siã Huni Kuin e Isaka Huni Kuin, com o Melhor Longa/Média-metragem; “Majur” (MT), de Rafael Irineu, levou a Menção Honrosa Curta-metragem; e “Amazônia Ocupada” (PA), de Priscilla Brasil ficou com Menção Honrosa Longa-metragem.
Já a mostra “Pan-Amazônia” teve Melhor Curta/Média-metragem para “Beat é Protesto! O Funk pela ótica feminina” (SP), de Mayara Efe; Melhor Longa-metragem dividido entre “Huahua” (Equador), de Jose Espinosa Anguaya, e “Mamirauá” (RJ), de Silvio Da-Rin; e Menção Honrosa para “En el murmullo del viento” (Bolívia), de Nina Wara Carrasco.
No Júri Popular, na qual os próprios espectadores votaram em os seus filmes prediletos, venceu na categoria de Melhor filme da mostra “Amazônia Legal” o documentário “Amazônia Ocupada” (PA), de Priscilla Brasil; e Melhor filme da mostra “Pan-Amazônia”, Sotaque do Olhar (PE), de Mykaela Ploktin. Todos os premiados levaram um troféu de miriti confeccionado pelos artistas Ronaldo Guedes e Ricardo Andrade.
As juradas das duas mostras, todas mulheres, destacaram em suas falas de anúncio dos premiados que os filmes são corajosos e enfrentam temas polêmicos. Compuseram o corpo de juradas, na mostra “Pan-Amazônia”: a professora do curso de cinema da UFPA, Ângela Gomes; a diretora do Festival de Cinema do Rio, Ilda Santiago; a coordenadora da Plataforma Videocamp, Josi Mendes; e a curadora de documentários da GloboNews, Renée Castelo Branco.
Na mostra “Amazônia Legal”, analisaram os filmes de curta e médias-metragens a cineasta Marina Pompeu, do Canal Brasil; a coordenadora da plataforma Taturana, Lívia Almendary; e a cineasta e jornalista Luciana Medeiros; já para os longas, compuseram o júri: Angélica Coutinho, da Ancine; a cineasta amazonense Keila Serruya; e a cineasta Susanna Lira.
A coordenadora geral do evento e idealizadora do Amazônia Doc, Zienhe Castro, celebra a edição, sobretudo pela sua diversidade. “Uma curta e sucinta estatística dos vencedores, levando em consideração apenas o realizador (diretor), nos mostra que foram premiados três indígenas, mulheres e LGBTQI+, mostrando a força da produção do documentário”, comenta.
Zienhe diz ainda que não medirá esforços para a realização de mais uma edição do evento em 2020. “Desde a sua primeira realização, lá em 2009, tem como preceito primeiro ser plural e ter a ousadia de abranger toda a região amazônica, com seus nove países. Temos orgulho, após uma pausa de quase sete anos, trazer à Belém uma programação pulsante com temas contemporâneos e de discussões importantes para a nossa vida cotidiana, como meio ambiente (na semana em que tivemos o dia mundial relativo a este assunto), comunidade LGBTQI+ mulheres, índios, movimentos sociais”, disse.
Mostra retrospectiva
Com a ideia de apresentar as produções de filmes e documentários realizadas nos outros anos em que o evento foi realizado, entre 2009 e 2012, a equipe organizadora do Amazônia Doc resolveu presentear o público paraense com uma mostra retrospectiva, que ocorrerá de 20 a 26 de junho no Cinema Olympia, com entrada gratuita.
Premiados – Amazônia Doc 2019
Júri Oficial:
MOSTRA AMAZÔNIA LEGAL:
Melhor Curta-metragem: Léguas a nos separar (PA), de Vitor Souza Lima
Melhor Longa/Média-metragem: Bimi Shu Ykaya (AC), de Yube Huni Kuin, Siã Huni Kuin e Isaka Huni Kuin
Menção Honrosa Curta-metragem: Majur (MT), de Rafael Irineu.
Menção Honrosa Longa-metragem: Amazônia Ocupada (PA), de Priscilla Brasil
MOSTRA PAN-AMAZÔNIA
Melhor Curta/Média-metragem: Beat é Protesto! O Funk pela ótica feminina (SP), de Mayara Efe
Melhor Longa-metragem: Premio dividido entre:
Huahua (Equador), de Jose Espinosa Anguaya
Mamirauá (RJ), de Silvio Da-Rin
Menção Honrosa: En el murmullo del viento (Bolívia), de Nina Wara Carrasco
Júri Popular:
Melhor filme Júri Popular Amazônia Legal:
Amazônia Ocupada (PA), de Priscilla Brasil
Melhor filme Júri Popular Pan-Amazônia:
Sotaque do Olhar (PE), de Mykaela Ploktin
Fonte: Assessoria
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