Com o objetivo de discutir a Amazônia hoje, os impactos da crise ambiental, social e climática que afetam a região e o seu histórico de desenvolvimento, o curso itinerante ‘Amazônia no Antropoceno: reportando o presente e discutindo o futuro da floresta’, organizado pelo Pulitzer Center em parceria com as universidades federais do Pará (UFPA), do Oeste do Pará (Ufopa), do Acre (UFAC) e do Amazonas (UFAM), percorrerá cinco cidades da Amazônia Legal em cinco módulos híbridos (presencial-virtual). O curso é gratuito e está com inscrições abertas para estudantes de graduação e pós-graduação da região até o dia 20 de agosto.
A formação discute as urgências da Floresta Amazônica e abordará a região a partir dos conhecimentos da sua população — pesquisadores, professores, profissionais e lideranças indígenas, quilombolas e ribeirinhas —, com o intuito de qualificar as próximas gerações de profissionais, jornalistas, pesquisadores e comunicadores da Amazônia, em conexão com as suas necessidades, propondo ferramentas de cidadania que podem ser utilizadas para buscar soluções, conforme ressalta a coordenadora da iniciativa pelo Pulitzer Center, dra. Maria Rosa Darrigo.
“O antropoceno é como alguns pensadores chamam a atual era, onde a ação dos seres humanos é preponderante para a determinação do futuro da Terra. Na Amazônia não é diferente: estamos modificando-a de tal modo que ela pode deixar de existir. Temos várias previsões da ciência que falam que se a Amazônia tiver mais de 20% de desmatamento — nível ao qual já nos encontramos muito próximos atualmente —, ela pode, no futuro próximo, mudar suas feições de floresta úmida para mais seca, indo para uma vegetação mais como o Cerrado, o que é muito grave. A permanência da Amazônia como floresta úmida e mantenedora do clima não está segura neste momento, porque estamos alterando demasiadamente a floresta. E com ‘alteração’, estamos falando de aumento do desmatamento, aumento dos focos de calor, degradação florestal, tudo isso; o que mostra que estamos acabando com a floresta e não estamos gerando ganho social algum, e deveria ocorrer o total oposto. A partir dessas reflexões, nós pensamos neste curso em parceria com algumas das principais universidades da Amazônia para pensarmos junto com os estudantes universitários sobre todos esses problemas ambientais e quais são as ferramentas que temos para lidar com eles. Propor caminhos em conjunto.”
O curso é organizado em dois eixos de formação: no primeiro, serão realizadas mesas de debate distribuídas em cinco módulos de formato híbrido (presencial-virtual), com o primeiro módulo em Belém (PA) nos dias 30 e 31 de agosto, e os demais distribuídos por mais quatro cidades amazônicas: Santarém (PA), em 21 e 22 de setembro; Altamira (PA), em 17 e 18 de outubro; Rio Branco, em 7 e 8 de novembro; e Manaus, em 29 e 30 de novembro.
No segundo eixo, uma oficina de narrativa jornalística será ministrada presencialmente em cada cidade, realizada sob a coordenação de jornalista colaborador do Pulitzer Center, que terá acompanhado a primeira parte do curso e dará o direcionamento da oficina de dois dias com a finalidade de entender e aprimorar técnicas de narrativa criativa. Além disso, serão disponibilizadas duas bolsas aos estudantes (ou coletivos de estudantes) para que realizem trabalho narrativo de qualquer natureza, tais como podcasts, artigos, audiovisuais e outras intervenções comunicacionais sobre os temas de discussão dos módulos.
O primeiro eixo de formação de todos os módulos poderá ser acompanhado virtualmente por aqueles que não conseguirem se inscrever no número de vagas ofertadas por local e para quem não estiver no local de realização. O segundo eixo será exclusivamente presencial e contará com menos vagas. Para o professor de antropologia e coordenador do Laboratório de Antropologia da Vida, Ecologia e Política da UFAM, dr. Thiago Mota Cardoso, a parceria das universidades federais com o Pulitzer Center fortalece a formação dos estudantes, “tanto para pensar a Amazônia numa perspectiva crítica como construtiva. A iniciativa de envolver projetos de pesquisa, iniciativas acadêmicas e personalidades da pesquisa, do jornalismo e de povos indígenas em conexão com a arte de reportar e narrar crises acaba por incentivar o agir para contar histórias relevantes sobre os tempos sombrios que vivemos”.
A partir das vivências e experiências dos povos que vivem na Amazônia, a intenção é construir possibilidades e soluções para as diferentes crises pelas quais a floresta passa. Escutar e aprender com os conhecimentos de diferentes fontes, tanto da produção científica quanto dos saberes dos habitantes da região, é o diferencial desta formação.
‘Amazônia no Antropoceno’ possui carga horária total de 70 horas e oferecerá certificados aos estudantes que participarem de pelo menos três módulos. Caso o/a estudante participe apenas de um módulo, receberá certificado relativo apenas ao módulo assistido. No entanto, recomenda-se fortemente que o/a estudante assista a todos os módulos, para compreensão de todos os temas.
SERVIÇO
Curso itinerante ‘Amazônia no Antropoceno: reportando o presente e discutindo o futuro da floresta’
Inscrições até o dia 20/08 no link
Mais informações sobre o curso no link.
Informações do módulo I – Belém no link.
Em caso de dúvidas, escrever para amazonianoatropoceno@gmail.com
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