Nesta sexta-feira, 9 de maio, o Rio Madeira será novamente palco de cultura viva. O grupo As Cunhãs – Meninas da Amazônia inicia a circulação do espetáculo “Floresta em Canto”, com apresentações nas comunidades ribeirinhas de São Carlos e Nazaré, dentro do projeto contemplado pelo Edital 10/2024/SEJUCEL-SIEC-LPG – Fomento à Produção de Artes Integradas Rondoniense.
A primeira parada será em São Carlos, no Ginásio Poliesportivo, às 10h da manhã. No mesmo dia, o grupo segue para Nazaré, onde o show será realizado na Escola Estadual Prof. Francisco Desmorest Passos, às 16h. As apresentações são abertas ao público e prometem emocionar os moradores com músicas autorais e regionais que exaltam a identidade amazônica.

O projeto tem como objetivo valorizar a cultura ribeirinha, empoderar meninas e jovens das comunidades locais e promover a conscientização ambiental. As Cunhãs utilizam a música como instrumento de transformação, promovendo igualdade de gênero, respeito à ancestralidade e à natureza.
“Quando a gente canta, a floresta canta com a gente. É como se o rio, as árvores e os animais respondessem com silêncio atento e respeito. É isso que queremos mostrar: que a nossa cultura é viva, linda e tem muito a ensinar”, declara Ana, uma das solistas do grupo.
Segundo Teimar Martins, idealizador do projeto, “essas meninas carregam em suas vozes o legado das águas e da floresta. São mensageiras de um Brasil profundo, muitas vezes invisível, mas essencial para compreendermos quem somos”.
As Cunhãs
O grupo nasceu em 2020 na comunidade Gleba Maravilha, zona rural de Porto Velho, e é formado por irmãs e primas que, mesmo vivendo no ambiente urbano, preservam os costumes e tradições de seu território ancestral. Com produção musical assinada por Tullio Nunes, do Grupo Minhas Raízes, As Cunhãs unem ritmos urbanos como soul, rap e trap com letras que narram a vida amazônica.
“Eu fico feliz de cantar pro povo do rio. São Carlos parece muito com a comunidade de onde minha avó veio, e ela é quem inspira tudo isso aqui. É como se a gente cantasse por ela também”, diz Julinha, a integrante caçula do grupo, com seus olhos cheios de brilho e timidez.
Em apenas quatro anos, já participaram de festivais como o Festival Cultural de Nazaré (2023 e 2024) e o Barco Festival 2023, além de se apresentarem em escolas e eventos institucionais. O projeto é realizado com apoio das leis de incentivo Aldir Blanc e Paulo Gustavo.
“Levar essas vozes para o coração da floresta é uma forma de devolver à comunidade o que é dela por direito: arte, dignidade e pertencimento”, completa Tullio Nunes.
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