Anna Suav mostra a potência feminina do rap do Norte em seu EP de estreia, “Eva Grão”

Nesta quinta-feira, 18, a MC Anna Suav lança “Eva Grão”, seu EP solo de estreia. Marcado por versos ferozes em contraste com uma voz suave, fazendo jus ao nome da artista, enquanto flows de rap se alternam com melodias de pop e R&B guiadas por guitarras, teclados, saxofone e beats, álbum está disponível em todas as plataformas de streaming.

Produzido e gravado de forma híbrida, entre sessões remotas em casa e no estúdio Mil Planos, em Belém, no Pará, ao longo de pouco mais de um ano, “Eva Grão” chega ao público reunindo seis faixas que servem como cartão de visita da proposta musical e artística de Anna Suav, que movimenta a cena do hip hop e rap do Norte do país desde 2017. Entre as músicas do EP, estão os já conhecidos singles “BNTA” e “Hino”, lançados em abril e julho deste ano respectivamente, além das inéditas “Refém”, “Puma Flow”, “Elementar” e “Interlúdio”.

“A vontade de fazer ‘Eva Grão’ surgiu duas semanas antes da pandemia iniciar em 2020. Em março, eu tinha acabado de retornar do Porto Musical, um festival em Recife, Pernambuco, e estava muito motivada a fazer o meu primeiro EP”, conta Anna. “Três composições já existiam, e as demais foram criadas conforme os instrumentais surgiram. Quase tudo aconteceu de forma remota, porque eu fiquei seis meses sem sair de casa. Em um segundo momento, quando foi possível se encontrar, gravamos as vozes e alguns arranjos em estúdio”.

A produção musical ficou por conta dos beatmakers Donloco e Navi Beatz, ambos de Belém, e Wzy, de São Paulo, conhecido por trabalhar com nomes como Rashid, Rincon Sapiência e Rodrigo Ogi. Wzy também assina a mixagem e masterização do EP.

Referências e participações

“Esse é só o começo, filha! Esse é só o começo!”, afirma Anna logo na faixa de abertura, “Refém”, dando o primeiro vislumbre do campo fértil de onde brotam as composições de “Eva Grão”, que tratam desde afetividade e empoderamento a denúncias raciais, de gênero e sociais. Esses temas encontram nas referências sonoras de nomes como SZA, Jhené Aiko, Ibeyi, Kali Uchis, Bruno Mars, Tássia Reis, Matuê, Alicia Keys, Jorja Smith, Cynthia Luz e Aka Rasta o norte para a construção musical do EP.

“O próprio nome ‘Eva Grão’ nasceu da ideia de dualidade e desconstrução. Historicamente, apresenta-se ‘Eva’ como fruto de um homem, parte de. Ao trazer essa personagem para intitular a minha obra, eu subverto essa lógica. Eva aqui é protagonista, completa, plena, e não nasce de ninguém, aliás, nasce de si”, ressalta a artista. “Já o ‘Grão’ vem da minha ideia de simplicidade, de acreditar que por meio de algo tão pequeno quanto um grão, uma semente, florescem coisas gigantes. Acredito na minha arte como acredito nesse grão”.

Ao longo do repertório do EP, Anna Suav também mistura suas diferentes facetas e reforça o protagonismo feminino com a participação de outros dois nomes importantes: a rapper Bruna BG, do Pará, com quem divide os vocais na faixa “Puma Flow”, e a escritora, poeta e slammer Mel Duarte (SP), que marca presença em “Interlúdio”, um poema de sua autoria.

Eva Grão

O lançamento do EP de estreia solo de Anna Suav representa o ápice do trabalho de divulgação iniciado em abril de 2021, com o single “BNTA”. A faixa já conta com mais de 60 mil reproduções nas plataformas digitais e foi lançada junto com um videoclipe concebido e dirigido pela própria artista. Lançado em julho como segundo single, “Hino” também ganhou um clipe no fim de outubro. Ambos os clipes estão disponíveis no canal da artista no YouTube. As duas faixas também conseguiram espaço em playlists nacionais importantes das plataformas de streaming, como “R&B Brasil”, “Só as Minas” e “Dose Trap” no Spotify.

Para a cantora, “Eva Grão” consolida e ao mesmo tempo continua o caminho de apresentação do seu trabalho. “Esse EP marca um tempo: é onde consegui chegar e estar da forma mais plena possível até aqui. Conto uma história ao longo dessas faixas, na intenção de mostrar a minha vivência e imprimir a minha identidade lírica e sonora”, destaca Anna.

“É um trabalho fechado, mas que, ao mesmo tempo, abre as portas para outra fase que virá. É emocionante, pois é o primeiro, em um rolê autônomo e independente. Foi feito com muita verdade pra quem acredita no meu sonho e no propósito da minha arte. E pra quem vai me conhecer a partir de ‘Eva Grão’, eu desejo que ele seja uma boa apresentação, que venha com muito prazer, que seja compreendido e que inquiete”.

Escute “Eva Grão” aqui.

Fonte: Assessoria