Com o objetivo de empoderar a juventude da floresta por meio da educomunicação, o projeto Repórteres da Floresta, da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com o Movimento Bem Maior e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), concluiu a formação de 130 jovens ribeirinhos de 10 comunidades localizadas em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Amazonas.
Ao todo, o projeto realizou 13 oficinas sobre diferentes técnicas de comunicação, desde entrevista até edição de vídeos, ferramentas que ajudarão os jovens ribeirinhos a compartilharem sua realidade com o mundo, além de denunciar degradação ao meio ambiente.
As formações e atividades ocorreram nos Núcleos de Inovação e Educação para Sustentabilidade (Nieds) da FAS, localizados em comunidades das RDS do Rio Negro, Uatumã, Uacari, Juma, Mamirauá e APA do Rio Negro.
Em 2023, os Repórteres da Floresta tiveram como foco a comunicação digital, sendo dividido em um momento teórico, onde os participantes aprenderam técnicas de fotografia, vídeo, áudio, iluminação e edição; e o prático, onde eles exploraram e captaram aspectos de seu cotidiano. Como resultado, foi produzido o “Podcast da Floresta”: 15 episódios com entrevistas com lideranças e personalidades das comunidades ribeirinhas. O podcast está disponível no canal da FAS no Youtube.
“O repórter da floresta é aquele jovem que mora numa comunidade ribeirinha e que recebe a missão de contar para o mundo como é sua vivência na Amazônia. Durante o projeto, os jovens participam de várias capacitações voltadas para a educomunicação: como tirar fotografia, editar um vídeo e fazer uma entrevista para que produzam materiais retratando seu dia a dia na comunidade. Para eles, é uma ação muito importante. Porque, muito melhor do que ouvir alguém falar sobre a vida deles na comunidade é eles contarem para o mundo quem eles são”, explica Fabiana Cunha, gerente do Programa de Educação para Sustentabilidade da FAS.
Uma dessas jovens repórteres é Geovana Pule, de 16 anos, moradora da comunidade Três Unidos. Ela conta que o projeto a ensinou como se expressar com confiança e deu a oportunidade de compartilhar assuntos importantes sobre sua comunidade.
“Quando comecei [no projeto] eu tinha 9 anos e foi fundamental na minha vida, saber como falar com as pessoas sem ter vergonha, me expressar, como reagir diante de uma câmera, além de ajudar muito na nossa leitura e escrita. Principalmente, foi fazer talks shows e reels da nossa realidade que vivenciamos diariamente, que boa parte das vezes não possui cobertura da mídia. É maravilhoso participar desse projeto”, relata a jovem.
Outro “repórter da floresta” é Jeferson Rodrigues, 23, morador da comunidade Tumbira, no município de Iranduba. Ele conta que, graças ao que aprendeu no projeto da FAS, hoje trabalha como social media e sonha em se profissionalizar enquanto comunicador.
“Sempre fui apaixonado por fotografia. Em 2022, participei de uma oficina do ‘Repórteres’, onde aprendi coisas novas como gravar e editar vídeos. O projeto veio como um empoderamento e encorajamento, e graças a ele e outros projetos da FAS, hoje trabalho como social media e futuramente pretendo trabalhar como fotógrafo e videomaker profissional. Junto com tudo que aprendi, quero levar as notícias da nossa comunidade, mostrar nossa cultura, nosso dia a dia e, principalmente, nossas dores. A comunicação nos dá voz e através dela podemos falar pela nossa gente”, afirma Jeferson.
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