Na ciência, no jornalismo, explorando a criatividade, liderando os próprios negócios, sendo exemplos profissionais em suas áreas de atuação. Assim são reconhecidas Edilene Mafra, Larissa Couto e Luciana Minev: as entrevistadas desta edição especial do #MercadizarEntrevista, em celebração ao Dia Internacional das Mulheres.
As profissionais são exemplos de mulheres que usam seus talentos e expertises para apoiarem outras mulheres, além de deixarem marcas nas suas áreas de atuação.
Visibilidade e valorização
Cada vez mais, a criação de projetos inspiradores para mulheres parte do princípio de fomentar e valorizar a qualidade do trabalho desenvolvido por outras profissionais.
Exemplos disso são o Podcast “Elas na Ciência”, criado pelas comunicadoras Edilene Mafra e Inara Costa; a Agência Digital Oculta, criada por Larissa Couto; e a Singulari Consultoria, fundada por Luciana Minev.
Edilene Mafra é jornalista, pesquisadora, doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia e fundadora do Portal Edilene Mafra. Inara Costa é cientista, Relações Públicas, professora e doutora em Administração. Justas, as comunicadoras criaram o “Elas na Ciência” com o intuito de divulgar os trabalhos de mulheres cientistas da Amazônia. Ao longo de 10 episódios, o podcast terá como convidadas cientistas de destaque no Amazonas.
“Buscamos, dentro do nosso estado, cientistas das diversas áreas do conhecimento que tenham pesquisas relevantes para a sociedade, e a gente conta as histórias delas, a trajetória delas na pesquisa e elas falam sobre o que viveram, incentivando também outras mulheres a seguirem os caminhos da ciência”, explicam Edilene e Inara em entrevista ao Mercadizar.
Na divulgação científica, onde trabalhos femininos de relevância estão cada vez mais presentes, é necessário que as pesquisadoras tenham o devido mérito reconhecido, servindo de exemplo e inspiração para futuras estudiosas.
“A gente que é jornalista, a gente que trabalha com imprensa, precisa iluminar quem realmente está fazendo algo que contribui com a sociedade. Quando a gente fala de mulheres, é muito interessante porque as mulheres têm o diferencial de ter vida em casa e também têm uma rotina fora, profissionalmente falando. Então, quando a gente mostra essas mulheres, a gente mostra histórias de vida, histórias de superação, e é preciso mostrar cada vez mais as mulheres, não somente no mês de março, mas durante o ano todo porque, de fato, as mulheres sempre estiveram presentes em todas as áreas do conhecimento”, destaca Edilene, que tem vasta experiência no ramo da divulgação científica.
Outro exemplo de liderança feminina é a empresária Luciana Minev, psicóloga e fundadora da Singulari Consultoria, que é composta por uma equipe exclusivamente feminina.
“Toda vez que me perguntam por que ter um time 100% feminino, eu explico que isso não foi planejado, mas eu também entendo que isso é bastante simbólico. No início da Singulari, eu convidei algumas profissionais que eu admirava para ajudar a construir o que eu gostaria que fosse a Singulari, e acabou se tornando um espaço confortável e seguro para mulheres trabalharem. A Singulari atua em um mercado de negócios, que é um mercado predominantemente masculino, e o meu entendimento é que acabou se tornando um lugar convidativo para mulheres trabalharem. Nós somos abertas a trabalhar com homens. Todo processo seletivo a gente abre para qualquer pessoa trabalhar conosco. Já tivemos um rapaz no time. Mas, repito, eu entendo que acabou se tornando um lugar muito confortável que é um pouco diferente do ambiente de trabalho de uma maneira mais ampla”, explica a empresária.
A valorização de espaços de trabalho seguros e confortáveis para mulheres acontece também na Agência Oculta, fundada pela CEO e designer Larissa Couto. A agência paraense de comunicação, conforme afirma a CEO, é formada por mulheres e para mulheres.
“A Oculta é uma agência em que o protagonismo feminino está no centro de tudo. A gente criou a Oculta pensando em criar um espaço seguro para mulheres trabalharem dentro da publicidade e dentro do design, então a gente sempre teve esse viés como foco. Nosso time criativo é 100% feminino, nós trabalhamos apenas com mulheres dentro da parte criativa e de atendimento. E eu não faria diferente. Eu sempre quis trabalhar com mulheres diversas, com mulheres com vivências diferentes da minha. A Oculta é feita por mulheres, tem uma voz feminina e é um dos nossos maiores prazeres. Não existiria Oculta se não existissem essas mulheres incríveis que estão por trás dela”, explica Larissa Couto.
Em uma área na qual a criatividade e a inovação imperam, Larissa conta como o ponto de vista feminino tem seu diferencial para campanhas e projetos de marketing e design. Cada profissional mulher tem potencial de, a partir de seu modo subjetivo de reconhecer o mundo ao seu redor, criar projetos inovadores e de destaque.
“Mulheres vêm dentro do design para trazer um pouco dessa vivência feminina que é diferente para cada uma delas. Muitos projetos que vocês conhecem, que são famosíssimos no Brasil e no mundo, foram feitos por mulheres. Um exemplo muito grande é Ruth Kedar que é a mente por trás da logo da Google, e todo mundo já entrou em contato com essa logo. Aqui no Brasil, a gente tem uma referência muito grande que é a Ana Couto, que é a head, CEO e inovadora da Agência Ana Couto. Ela acabou de lançar um livro que é “A revolução do branding”, e é a mente por trás de várias campanhas que vocês conhecem e das identidades visuais e brandings que são icônicas dentro do Brasil. E todas essas mulheres trazem esse olhar um pouco mais assertivo para essas marcas. Eu costumo dizer que a gente leva um pouco da gente em cada projeto que a gente faz, então isso não ia ser diferente para todas as mulheres que trabalham com marketing aqui.”
A designer e empresária fala ainda sobre a importância de profissionais da comunicação – tanto homens quanto mulheres – terem mais referências de mulheres criativas em seus processos de criação e desenvolvimento de projetos:
“Costumo dizer que para a gente construir conteúdo e fazer coisas incríveis a gente tem que consumir conteúdo e, principalmente, a gente tem que consumir conteúdo de outras pessoas que talvez não tenham a mesma visão que a gente tem. Normalmente, mulheres dentro do marketing, dentro do design, vêm para ter um olhar diferente com suas próprias vivências, com suas próprias decisões e problemas. Então, na hora da gente ter contato e referências fora da nossa bolha é extremamente importante que a gente consiga se comunicar e se conectar com essas outras mulheres, que a gente consiga ter mulheres incríveis, fortes, como inspiração. Isso não vale apenas para nós mulheres, mas também para qualquer outro profissional desse mercado”, finaliza Larissa Couto.
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