Thaís Andrade; 15/10/2024 às 15:16

Dia do Professor: #MercadizarEntrevista Helder Mourão e Wallace Lira

Confira a entrevista com os professores de Jornalismo e Publicidade, que compartilharam suas experiências e reflexões sobre a docência

No Brasil, o Dia do Professor é celebrado em 15 de outubro, uma data que enaltece a importância dos profissionais da educação e seu papel na formação de cidadãos. Criado pelo Decreto Federal nº 52.682 de 1963,  a data não é um feriado nacional, mas é reconhecida como feriado escolar. A escolha do dia remete a uma lei de 1827, assinada por D. Pedro I, que instituiu a criação das primeiras escolas primárias no país, conhecidas como “Escolas de Primeiras Letras”.

Arte: Mercadizar

A celebração, no entanto, começou apenas em 1947, quando o educador Salomão Becker sugeriu em São Paulo a criação de um dia especial para valorizar o trabalho dos professores. Sua frase “Professor é profissão, educador é vocação” capturou a essência dessa homenagem, e a ideia rapidamente se espalhou por outras regiões, culminando em sua oficialização em nível nacional em 1963.

Esses profissionais são peças-chave em todas as fases da formação, desde a educação infantil até o ensino superior. Para comemorar a data, o Mercadizar entrevistou dois professores da área da comunicação que compartilham suas experiências e reflexões sobre a docência.

Para Helder Mourão, professor de Jornalismo na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a escolha pela carreira acadêmica foi uma oportunidade de unir suas grandes paixões. “Ser professor me permite fazer o que mais gosto: ensinar, pesquisar e praticar jornalismo. São atividades que eu não pretendo largar por nada”, afirmou com entusiasmo.

Imagem: Helder Mourão

O caminho do professor no Brasil é desafiador, marcado pela desvalorização da profissão, salários baixos, excesso de trabalho e turmas superlotadas. Apesar desses obstáculos, muitos professores encontram grande realização na conexão com seus alunos e no impacto que têm em suas trajetórias. “É muito gratificante como professor e jornalista encontrar ex-alunos que estão seguindo suas carreiras, muitos deles em redações, fazendo doutorado fora do estado, premiados e em veículos importantes. Isso me motiva a continuar!”, refletiu Helder.

Já Wallace Lira, professor de Publicidade no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), ressaltou que o ensino vai além dos aspectos técnicos, especialmente em uma área criativa como a publicidade. “O professor precisa formar pessoas com autonomia reflexiva, que entendam e avaliem os processos com criticidade. Na publicidade, isso é ainda mais evidente, pois a criatividade e a autonomia são fundamentais para o sucesso profissional”, observou.

Com duas décadas de experiência no ensino, Wallace vê a trajetória docente como uma jornada transformadora. “Observar o crescimento e amadurecimento dos alunos é algo extraordinário. Ser parte dessa transformação é um privilégio”, afirmou.

Imagem: Wallace Lira

Entretanto, ele também apontou os desafios contemporâneos do ensino de publicidade, como a rápida evolução tecnológica e as questões éticas que surgem com ela. “Um dos maiores desafios é equilibrar a velocidade da tecnologia com o desenvolvimento de um senso ético nos alunos. Um exemplo recente é a campanha da Volkswagen que recriou a imagem de Elis Regina por inteligência artificial. Embora inovador, o uso da imagem levanta discussões éticas profundas”, ponderou Wallace.

Para os estudantes que desejam seguir a carreira docente na publicidade, Wallace ofereceu um conselho: “A publicidade exige um conhecimento amplo e diverso. Para quem gosta de ambientes dinâmicos e criativos, meu conselho é ler, estudar e se interessar por tudo. É preciso ter uma paixão irrefreável pelo conhecimento e a vontade de usar isso para fazer a diferença no mundo.”

Neste 15 de outubro, o portal Mercadizar presta sua homenagem a todos os professores que, com dedicação e paixão, continuam a moldar o futuro do país. Afinal, como reforçou Helder Mourão, “o professor tem o poder de fazer a diferença na vida de alguém e de contribuir para tornar o mundo um pouco melhor, seja como jornalistas, comunicadores ou simplesmente como professores”.

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