Em celebração ao Dia do Cinema Brasileiro, comemorado em 5 de novembro, o Mercadizar destaca sete produções cinematográficas que retratam as complexidades da vida e cultura nortista. As obras oferecem narrativas singulares, que conectam o público a histórias que refletem a realidade e os dilemas da região. Confira a seguir indicações de cada um dos sete estados do Norte:
1. Noites Alienígenas (Acre)
Dirigido por Sérgio de Carvalho, “Noites Alienígenas” expõe uma Amazônia urbana em que realidade e fantasia se misturam. A trama acompanha três jovens de Rio Branco, que enfrentam os desafios da violência urbana e conflitos entre facções criminosas. Vencedor de prêmios importantes no 50º Festival de Gramado, incluindo Melhor Filme, o longa utiliza o Rap, a poesia e o grafite para pintar o cenário da capital acreana, onde a juventude enfrenta o choque entre tradição e urbanização.
Disponível na Netflix, o longa conta com o rapper Gabriel Knoxx, estreando como ator; a atriz Kika Sena; a acreana Gleice Damasceno, já conhecida nacionalmente como vencedora do Big Brother Brasil 18; e o ator indígena amazonense Adanilo.
2. A Floresta de Jonathas (Amazonas)
Em “A Floresta de Jonathas”, o cineasta Sérgio Andrade nos leva ao cotidiano de uma família amazônica que vive da venda de frutas na beira da estrada. Jonathas, o protagonista, embarca em uma viagem transformadora pela floresta após conhecer Kedassere, um indígena, e Milly, uma turista ucraniana. Com uma abordagem sensível, o filme explora a conexão íntima do protagonista com a natureza e as nuances de sua identidade, permitindo-lhe a mais transformadora de suas jornadas. A obra foi exibida em diversos festivais internacionais, e atualmente está disponível no Prime Video.
3. Utopia (Amapá)
“Utopia”, dirigido por Rayane Penha, revisita as memórias do garimpo de Vila Nova, em Porto Grande, Amapá. O documentário mistura relatos de garimpeiros com memórias pessoais da diretora, que perdeu o pai em um acidente no garimpo. As imagens de mãos sobre a terra e o ritmo das ferramentas de trabalho ampliam a força emocional da narrativa, trazendo à tona a dureza e a resiliência de vidas moldadas pelo garimpo. A obra foi premiada como Melhor Filme no Festival Olhar do Norte em 2022. Confira o trailer: Utopia de Rayane Penha
4. Aqui en la Frontera (Roraima)
Filmado na fronteira entre Brasil e Venezuela durante uma das maiores crises migratórias da América Latina, “Aqui en la Frontera” retrata a história de três venezuelanos com experiências distintas de acolhida no Brasil. O obra acompanha Stephanny, uma jovem mãe de 21 anos que retorna à Venezuela para buscar sua filha; Francis, uma mulher trans e líder de um abrigo de refugiados administrado pelo governo brasileiro; e Argenis, que organiza uma ocupação de mais de 300 venezuelanos em Boa Vista, enfrentando a constante ameaça de despejo.
Dirigido e filmado em 2022 por Marcela Ulhoa e Daniel Tancredi, o documentário é uma abordagem sensível e humanizada do deslocamento forçado enfrentado por milhares de pessoas que buscam refúgio no Brasil. Assista o trailer: Aqui En La Frontera (Trailer – Legendado – PT)
5. O Barulho da Noite (Tocantins)
Dirigido pela tocantinense Eva Pereira, o filme “O Barulho da Noite” narra a vida de Sônia (Emanuelle Araújo), que vive em um sítio afastado da cidade com seu marido, Agenor (Marcos Palmeira), e as duas filhas pequenas, Maria Luiza (Alícia Santana) e Ritinha (Ana Alice Dias). A rotina da família é abalada quando Agenor decide hospedar o sobrinho, Athayde (Patrick Sampaio), enquanto ele parte em uma viagem religiosa. A presença de Athayde, para ajudar na lavoura, desestabiliza ainda mais a frágil estrutura familiar e expõe tensões reprimidas.
O filme foi o único longa-metragem da edição 2023 do Festival de Cinema de Gramado com direção feminina e é a primeira produção a representar o Tocantins no evento. Eva Pereira cria uma narrativa imersiva, ancorando o drama familiar em um cenário realista, onde o medo cresce silenciosamente até se tornar quase insuportável. Confira o teaser: Teaser – O Barulho da Noite
6. Para Ter Onde Ir (Pará)
Em “Para Ter Onde Ir”, dirigido por Jorane Castro, três mulheres em busca de autodescoberta viajam pelo Pará. Eva (Lorena Lobato) é formal e cheia de incertezas, Melina (Ane Oliveira) busca liberdade e amor, enquanto Keithylennye (Keila Gentil), uma ex-cantora e dançarina de tecnobrega, lamenta ter abandonado sua carreira.
Essas três mulheres de mundos distintos embarcam juntas em uma jornada sem destino claro, saindo de um cenário urbano para um ambiente em que a natureza bruta toma conta. Com personalidades e prioridades contrastantes, elas começam discussões que logo convergem para questões universais como amor, solidão e o desejo de pertencimento. Disponível no Prime Video.
7. Rodantes (Rondônia)
“Rodantes”, de Leandro Lara, acompanha três personagens marcados por dores e buscas que se cruzam no cenário vibrante e caótico de Rondônia. Tatiane, fugindo de seu passado; Odair, descobrindo sua sexualidade; e Henry, um imigrante haitiano que luta para sustentar os filhos, compartilham uma existência marcada pela transitoriedade e pela busca por uma vida melhor.
Essas histórias se entrelaçam em encontros casuais, reflexo de suas existências como rodantes, em constante movimento e transformação. A ausência de laços profundos entre eles destaca a condição transitória de suas vidas e seus papeis como personagens em um fluxo incontrolável de mudanças e descobertas. Disponível na Apple TV.
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