Thaís Andrade; 07/12/2022 às 12:00

Arts SP disponibiliza vídeos do processo criativo e projeção dos artistas que protagonizaram sua segunda edição

Realizado pelo Instituto Dançar, o conteúdo do Arts SP 2ª Edição está disponível no site oficial do projeto

Após uma edição marcante, o projeto Arts SP 2ª Edição expande o contato do público com cada um dos dez artistas que assinaram as projeções de video-mappings deste ano. Ao longo de dez dias, a exibição, sob a curadoria do VJ Spetto (que também esteve à frente das projeções de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016), ocuparam o Elevado Presidente João Goulart (o Minhocão).

Agora, o site oficial do Arts SP 2ª Edição convida o público a conhecer mais a fundo os artistas Lilico, Moluco, Paulo von Poser, Pri Barbosa, Mari Mats, Leticia RMS, Elvira Freitas Lira, Crica Monteiro, Icone K. e Luna Bastos. Por meio de vídeos e podcasts, cada um dos protagonistas da 2ª edição fala sobre suas referências, suas inspirações e todo o  processo criativo por trás de cada projeção. O conteúdo através de vídeo e podcast será liberado seguindo a mesma ordem das projeções, dando destaque a um artista por dia. Para mais detalhes, confira o site oficial.

O Arts SP 2ª Edição é realizado pelo Instituto Dançar e apresentado pelo Ministério do Turismo através da Secretaria Especial da Cultura, e conta com patrocínio do Banco PAN e apoio de mídia do UOL e Rádio Kiss FM.

Agenda com as datas de disponibilização e mais detalhes sobre cada artista participante

5 de dezembro (segunda-feira) – Lilico: “Expressão do feminino através da intimidade contra a repressão”

Ilustradora há 21 anos, Lilico iniciou sua experiência como desenhista aos 13 anos, através do mangá japonês e dos animes, e encontrou sua veia artística na arte feminina. Sua arte é pautada na vivência íntima feminina – que as mulheres possuem dificuldade e impedimento de expressar por conta das repressões impostas pelo patriarcado –, de forma impactante, mas ao mesmo tempo com delicadeza e acolhimento. Por meio da técnica nanquim, a artista adota uma assinatura estética minimalista do preto e branco.

6 de dezembro (terça-feira) – Moluco: “Diálogo entre cotidiano e a vivência das pessoas nas grandes cidades e periferias”

Conhecido no grafite e nas artes visuais, Moluco nasceu no estado de Rondônia e hoje reside na cidade de São Paulo. Autodidata, apresenta um trabalho que consiste na criação de texturas estilizadas, releituras de fotografias autorais de seu cotidiano e elaboração de letras de grafite de diferentes estilos, formas e características, criando obras com a intenção de transmitir mensagens diversas que dialogam com o cotidiano e a vivência das pessoas nas grandes cidades e periferias do Brasil e do mundo.

7 de dezembro (quarta-feira) – Paulo von Poser: “O artista das rosas”

Paulo von Poser iniciou nas artes plásticas desenhando retratos e paisagens urbanas em 1979. Formou-se em arquitetura pela FAU-USP em 1982, mesmo ano em que estreou suas exposições individuais e coletivas. Além do desenho, dedica-se também à cerâmica, gravura, performance e ilustração. Desde 2007 leciona desenho em espaços públicos na Escola da Cidade, no Sesc e em outras instituições e centros culturais. Produziu em 2008 seu maior desenho, no teto da plateia do Teatro Guarany. Seus trabalhos integram inúmeras coleções privadas e acervos de museus como Pinacoteca do Estado de São Paulo, MASP, Museu da Casa Brasileira, MAC USP, Museu Afro Brasil e Fundação Pinacoteca Benedito Calixto.

8 de dezembro (quinta-feira) – Pri Barbosa: “A contraposição entre corpos de mulheres latino-americanas e as poses europeias”

Artista visual, muralista e ilustradora paulistana, Pri Barbosa investiga a iconografia da mulher revolucionária contemporânea com foco na América Latina. Por meio de retratos de diferentes corpos de mulheres, propõe percepções críticas sobre padrões estéticos e comportamentais vigentes, uma estratégia de enfrentamento e questionamento das relações de poder.

9 de dezembro (sexta-feira) – Mari Mats: “Inquietude através do surreal”

Mari Mats é uma artista urbana autodidata nascida e criada em São Paulo, e começou a desenvolver seus trabalhos a partir da cultura urbana que crescia ao seu redor. Inquieta por natureza, sua trajetória retrata essa inquietude. Com passagens por galerias, empenas e muros de cidades do Brasil e da Europa, sua trajetória inclui pinturas e desenhos com diferentes técnicas e suportes, tendo como resultado imagens gráficas que dialogam com uma estética surrealista e resultam numa linguagem única de personagens. Suas obras têm em comum a alegria nas cores e muitos olhos, que sempre estão presentes, em universos únicos que lembram a personalidade da artista.

10 de dezembro (sábado) – Leticia RMS: “Vulnerabilidade à frente das urgências contemporâneas”

Também conhecida como Visual Shits, Letícia é uma artista visual e designer industrial. Começou a se envolver com arte digital em 2012 e, dentro desse universo, sempre se sentiu livre para experimentar diversas possibilidades que moldaram sua identidade profissional, através de projeções, clipes, gifs e gráficos animados. Seu trabalho apresenta um retrato pessoal que revela vulnerabilidades que por vezes são elaboradas no seu fazer artístico e por vezes dão corpo para a angústia e o desespero frente às urgências contemporâneas, permeados por uma dose de humor.

11 de dezembro (domingo) – Elvira Freitas Lira: “Expressão profunda dos símbolos culturais e anseios de uma geração”

Elvira nasceu em Arcoverde, primeira cidade do sertão de Pernambuco. Exercia a pintura como diversão até 2019, quando chegou a São Paulo e ingressou na turma de aquarela e colagem da artista Pinky Wainer, que a convidou para ser sua assistente. No mesmo ano, realizou duas exposições coletivas, na Babel Produções. Sua obra parte de um rico repertório que conjuga estranhos e selvagens elementos simbólicos das culturas pop e de massa, fazendo do espaço pictórico um campo aberto de disputas políticas, orientado pelo norte feminino. Interessa à artista a criação de uma prática de suporte confessional, biográfico, onde suas criações possam investigar as fissuras e profundezas das inseguranças e dos anseios de toda uma geração.

12 de dezembro (segunda-feira) – Crica Monteiro: “Reflexão emotiva através da cultura negra e o universo feminino”

Crica Monteiro começou a se interessar por artes na infância, influenciada pela mãe. Descobriu o universo do grafite quando conheceu o movimento hip hop.  Em 2008, se formou em Design de Interface Digital pelo Senac e passou a se interessar também por ilustração, vídeo e animação. Crica mantém em sua arte a cultura negra, o hip hop e o universo feminino e lúdico, unindo-os à cultura popular e a alguns elementos da natureza como sua principal fonte de inspiração, de onde constrói seu próprio universo baseado na sutileza. Seu trabalho procura passar alegria e reflexão, além de ser emotivo e cheio de amor.

13 de dezembro (terça-feira) – Icone K.: “Hip hop clássico através da composição de cores vivas e formas retas”

Na rua desde 1999, Icone K. criou um estilo característico e singular com o passar dos anos. Suas obras, frutos de uma composição de cores vivas e formas retas, bebem do hip hop, dos clássicos Pieces e WildStyles recorrentes da época áurea do grafite nova-iorquino e da arte urbana de São Paulo, cidade onde nasceu, cresceu e ainda vive. 

14 de dezembro (quarta-feira) – Luna Bastos: “Resgate da ancestralidade através de linhas e grafismos”

Nascida no Piauí, Luna é artista urbana, tatuadora e ilustradora. Considera a arte como ferramenta para criar novas possibilidades de ser e estar no mundo. A artista trabalha com diferentes suportes, e suas obras expressam emoções e sentimentos através de personas e figuras humanas em múltiplas vivências, destacando a importância da representatividade para reconstruir e ressignificar a identidade negra.

 

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