Sofia Lourenço; 17/04/2025 às 15:30

Abril Indígena Valer: Duhigó, Paulo Desana e Ytanajé Cardoso são os convidados da Roda de Conversa neste sábado, 19

Evento celebra o Dia dos Povos Originários com roda de conversa sobre arte, literatura e ancestralidade indígena, além de programação infantil e exposição artística

No dia dos Povos Originários, a editora Valer traz para a Roda de Conversa deste sábado, dia 19 de abril, dois artistas plásticos indígenas e um romancista: a artista visual Duhigó e Paulo Dessana, e o professor e autor do livro “Canumã – a travessia”, Ytanajé Cardoso. O evento é gratuito.

A roda começa a partir das 9h30, com a palavra do escritor Ytanajé, que abordará a obra de Luiz Lana, “Antes o mundo não existia”, em seguida, mediará a conversa com Duhigó, que falará sobre “A arte indígena no mundo”. E para mediar essa fala da artista, o convidado é o fotógrafo, cinegrafista e artista visual Paulo Dessana.

Imagem: Divulgação

Para a professora doutora em Filosofia, coordenadora editorial da Valer e autora do livro “Para aquém ou para além de nós”, Neiza Teixeira, a Valer precisava registrar e apresentar para o mundo esses artistas diversos que representam as Amazônias.

“Desde o início, a editora Valer firmou um compromisso com a sociedade amazonense: desvendá-la. O meio para fazer isso, é a publicação de livros com temáticas amazônicas, e dando espaço para autores e pesquisadores das Amazônias. É o que nós fazemos desde sempre. A Exposição Poranduba Amazonense, que conta com obras de sete indígenas de várias etnias, significa mais um passo nessa direção”, declarou Neiza.

De acordo com Carlysson Sena, galerista responsável pela Galeria de Arte da Valer Teatro, essa Roda de Conversa expressa o trabalho contínuo que tem sido realizado pela Valer em prol da preservação da cultura indígena, por meio das publicações de autores indígenas, e deu um passo importante com a exposição “Poranduba Amazonense”, que nesse momento está em cartaz na Valer Teatro.

“A Valer escolheu, na sua primeira exposição de arte, obras de artistas indígenas que produzem obras de arte visuais, portadoras de uma mensagem importante a ser absorvida e principalmente apreciada pelos visitantes. Então, essa Roda de Conversa vem para coroar toda essa multiculturalidade que a Valer tem preservado por meio das várias expressões artísticas”, ressaltou Carlysson.

Leitura para crianças

De acordo com a gerente da Livraria Valer Teatro, Arylane Lopes, haverá leitura de livros infantis escritos por indígenas no hall da livraria, para as crianças.

“Você que quer vir participar da Roda de Conversa e estava preocupado em deixar seus filhos, pode vir para a livraria Valer, onde vamos realizar a contação de histórias de temática indígena. Será imperdível”, disse Arylane.

Sobre Duhigó

Com duas décadas de trajetória artística, Duhigó se tornou um nome fundamental na arte brasileira ao ser a primeira mulher indígena amazonense a integrar o acervo do MASP, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, considerado o mais importante do Hemisfério Sul. Natural da aldeia Paricachoeira, em São Gabriel da Cachoeira (AM), Duhigó — cujo nome significa “primogênita” em Tukano — mora em Manaus desde 1995 e foi a primeira artista visual profissional da etnia Tukano. Sua obra, profundamente ligada à cultura indígena, é reconhecida dentro e fora do país.

Representada pela Manaus Amazônia Galeria de Arte, a artista tem se destacado em exposições que valorizam a arte indígena contemporânea. Em 2019, participou da mostra “Nipetirã – Todos”, na Galeria do Largo, que reuniu mais de 120 obras de artistas indígenas das etnias Wanano, Tukano, Apurinã e Kamadeni. Entre as técnicas utilizadas por Duhigó estão pinturas, marchetaria e esferas acrílicas sobre ouriço de castanha-do-pará, sempre com forte simbolismo cultural e ancestralidade.

Sobre Paulo Desana

Paulo Desana é um Cinegrafista e Fotografo indígena e está frente da Produtora Dabukuri Entretenimento, produtora que produz material audiovisual e artevisual sobre a cultura Indígena, em parceria com a Jornalista Ana Amélia e a comunicadora indígena Daniella Yepá.

Foi o Diretor de fotografia do Mini Documentário Ciência e Culinária (Cooking and Science) sobre a formiga Maniuara na cultura dos Povos Hupdas, atuou como cinegrafista no Documentário Cobra Canoa, e no curta de Ficção Wuitina Numiá (Meninas Coragem), o curta foi premiado no Festival de Cine Independente de San Antonio no Equador como melhor Curta Metragem de 2022, Paulo foi também foi cinegrafista do Documentário O Dabucuri, ambos são produção da Shine a Light (USA)/Usina Da Imaginação (Brasil).

Sobre Ytanajé Cardoso

Doutor em Educação (2019-2023) pela Universidade Federal do Amazonas. Mestre em Letras e Artes (2015-2017) pela Universidade do Estado do Amazonas. Graduação em Letras – Língua Portuguesa (2011-2014) pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, desde a graduação até o doutorado. Professor da Secretaria de Educação e Desporto do Amazonas (Seduc), desde 2016. Atuou como professor substituto da Universidade Federal do Amazonas (2018-2020). Atua como professor colaborador dos cursos de Pedagogia Intercultural Indígena, da Universidade do Estado do Amazonas, desde 2017. 

Faz parte do Núcleo de Estudos de Linguagens da Amazônia – NEL – Amazônia (Ufam) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Escolar Indígena e Etnografia (UEA). É escritor, autor da obra ‘Canumã: a travessia (2019). Atua nas áreas de línguas indígenas, literatura indígena, educação escolar indígena, análise de discursos, políticas linguísticas.

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