Especial por Willian Vasconcelos
“Tron: Ares” é o mais novo capítulo da franquia de ficção científica, “TRON”, iniciada nos anos 1980. Dirigido por Joachim Rønning e estrelado por Jared Leto, Greta Lee e Evan Peters, o filme estreia hoje (9 de outubro) nos cinemas brasileiros.

Quinze anos após “Tron: O Legado”, o novo filme se atualiza ao trazer os seres de inteligência artificial ao mundo real. Em um universo totalmente moderno e digital, “Tron: Ares” deixa de ser apenas um filme de jogo e realidade aumentada para introduzir esses seres no cotidiano como um perigo iminente para a sociedade, o que pode ser enxergado como uma crítica à contemporaneidade, onde o uso de inteligências artificiais gera debates sobre perigos futuros.
Ares (Jared Leto) é um programa de segurança de inteligência artificial criado para uma missão, guiado pelas motivações do vilão Julian Dillinger (Evan Peters), mas ao encontrar Eve Kim (Greta Lee), ele se encontra em dúvidas sobre seu propósito e suas vontades.
Jared Leto é conhecido por muitos papéis de entregas intensas e disruptivas, aqui sua atuação é sutil, mas não chega no ápice, ele trabalha com pequenas nuances de construção de personagem. Mas, ao encontrar uma parceira de cena, o jogo muda: Greta Lee é um ponto de equilíbrio no filme. Motivada por sentimentos pessoais, sua personagem, Eve Kim, traz humanidade para o filme com motivações que levam o público a entender o motivo de ela querer tanto chegar ao seu objetivo e ajudar o protagonista. Evan Peters, já experiente em papéis de vilania, em “Tron: Ares”, abre um novo leque para ele experimentar e brincar com um novo personagem. Motivado pela ganância, vemos um vilão complexo e impulsivo, fazendo seus atos terem consequências maiores que o esperado.

O roteiro traça uma construção linear e previsível, mas não perde a essência da franquia, unindo os novos avanços digitais à nostalgia do filme dos anos 1980. Até quem não é fã, pode entender as referências.
Agora, ‘bora’ falar da melhor parte? Os efeitos visuais e a trilha sonora.
Desde o primeiro filme, “Tron” (1982), os efeitos visuais já eram um show à parte, e gritavam inovação em uma época onde os avanços tecnológicos digitais estavam engatinhando.
Porém, em 2025, tudo é muito convincente, o universo que “Tron” criou para este filme brilha os olhos com luzes, cores e uma fotografia bem feita e objetiva. O diretor norueguês faz cenas inspiradas com bastante câmera rotativa e planos abertos que dão a sensação de que tudo é maior. Junto a isso, a trilha sonora condiz com o tom do filme: eletrizante e dinâmica, continuando o trabalho feito em “Tron: O Legado”.
Mesmo que não seja o propósito do filme, ele consegue retratar as contradições e os perigos da evolução da tecnologia, das inteligências artificiais, dos robôs, da internet e do poder que eles têm sobre as pessoas. “Tron: Ares” é um filme que revigora a franquia, trazendo novos elementos visuais, narrativos e atuais, com uma mensagem positiva no final, e deixando em aberto um futuro para um possível novo filme.

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