Sofia Lourenço; 30/06/2025 às 15:30

Festival Acre Graffiti encerra com sucesso e transforma a Rua África em galeria a céu aberto

Evento reuniu mais de cem artistas do Brasil e de dez países, com destaque para o protagonismo feminino na arte urbana e poesia falada

A cultura urbana do Acre brilhou intensamente na última semana com a realização da 4ª edição do Festival Acre Graffiti, que encerrou no domingo, 30 de junho, reunindo grafiteiros, poetas, músicos e performers de todas as regiões do Brasil e de dez países. O evento transformou a Rua África, no Bairro Seis de Agosto, em um mosaico vibrante de cores, símbolos e mensagens, exaltando a arte marginal e os imaginários amazônicos. A iniciativa contou com o apoio do Governo do Estado do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM).

Imagem: Reprodução/ Alex Machado/FEM

Com o tema “Floresta Marginal: a arte que ecoa”, o festival reforçou a pluralidade de expressões culturais da Amazônia e promoveu o Campeonato Nacional de Poesia Falada (Slam), em parceria com a Central do Slam. Nesta edição, as mulheres dominaram o palco, mostrando a força de suas narrativas e a potência da poesia como ferramenta de transformação social. A estudante e poeta Djully Bernardo, da Paraíba, foi uma das vozes que se destacaram ao abordar temas como escrevivência, negritude e resistência.

Além do slam, o Acre Graffiti promoveu oficinas de criação de personagens, pintura e letras, protagonizadas por nomes como Priscila Witch, grafiteira paraibana que há mais de uma década integra o cenário nacional, e que hoje mantém um laboratório de artes para jovens em sua comunidade. A arte urbana também dialogou com a saúde, como demonstrou a estudante de medicina Isabele Monteiro, que participou das oficinas e pretende aplicar o grafite como arteterapia em sua prática profissional.

Imagem: Reprodução/ Alex Machadao/FEM

O veterano Neto Vettorello, grafiteiro curitibano com 27 anos de carreira e passagem recente por festivais na Europa, marcou presença e destacou a relevância do evento. “Foi uma experiência única ver como o Acre integra a arte urbana à luta ambiental e à identidade cultural da floresta”, afirmou.

A Rua África agora permanece como um legado concreto do festival, uma galeria a céu aberto que representa as vozes, os traços e os gritos de uma juventude engajada e diversa. O encerramento contou com a grande final do Slam e um show da banda Semblanty, no Café Porão, reunindo público e artistas em uma celebração que reforça o papel da arte como instrumento de pertencimento, denúncia e conexão.

Imagem: Reprodução/ Alex Machadao/FEM

Segundo os organizadores, o sucesso da edição de 2024 reforça a importância de manter e expandir o festival nos próximos anos, consolidando o Acre como um polo criativo da arte urbana e da cultura periférica no Brasil e no mundo.

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