Para apoiar a promoção do atendimento de atenção básica de saúde em comunidades remotas da Amazônia, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), por meio do Programa Saúde na Floresta (PSF), viabilizou a realização de mais de 1,8 mil atendimentos via telessaúde para ribeirinhos em 2022. Os atendimentos contemplam especialidades de medicina, enfermagem e psicologia.
O PSF também promoveu a capacitação de 276 profissionais de saúde atuantes nessas comunidades, como agentes comunitários de saúde (ACS), agentes indígenas de saúde (AIS), agentes indígenas de saneamento (AISAN) e parteiras. Os cursos de capacitação incluíram temas como “Vacina e vacinação: conceitos, importância e histórico”, “Cobertura vacinal: panorama, desafios e estratégias” e “Qualificação para equipe multidisciplinar sobre inovações tecnológicas nas ações de combate à covid-19”. Durante o período, foram realizadas, ao todo, 1.190 teleorientações e 77 webpalestras educacionais.
O trabalho em telessaúde é feito por meio de 95 pontos de conectividade instalados em 29 municípios, 22 Unidades de Conservação (UCs) e 16 Terras Indígenas (TIs). De acordo com a gerente do PSF, Mickela Souza, o programa, que é um dos mais novos da FAS, visa cada vez mais se consolidar e ter perenidade em suas ações. Ela destaca o componente de educação em saúde, que conseguiu abranger um grande número de profissionais.
“Foi um sucesso, pois extrapolamos os limites fronteiriços do Amazonas; tivemos até participantes do Pará. Conseguimos alcançar mais de 200% da meta, com não apenas agentes comunitários de saúde participando, mas também médicos, enfermeiros, fisioterapeutas; ou seja, conseguimos abranger de forma multidisciplinar os profissionais de saúde que passaram pelas nossas qualificações”, ressalta Mickela.
Maria do Carmo, agente comunitária de saúde da comunidade São José da Enseada, em Itapiranga, participou da oficina “Vacina e vacinação” e compartilhou a importância da capacitação para seu trabalho. “Com este curso, hoje posso explicar melhor a importância da vacina às famílias que eu acompanho na minha comunidade”, disse.
Outra vertente importante do PSF foi o projeto de plano emergencial de apoio às populações ribeirinhas no enfrentamento à covid-19, realizado em parceria com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (USAID), a Iniciativa de Novos Parceiros, Ampliando Parcerias em Saúde (NPI EXPAND) e SITAWI (Finanças do Bem). Além das oficinas de educação para profissionais de saúde do interior do Amazonas sobre temas relacionados à vacina e cobertura vacinal, o projeto desenvolveu ações de combate ao vírus, com campanhas contra a disseminação de fake news sobre vacinação, e apoiou as campanhas vacinais para atualização da carteira de vacina nos municípios de Iranduba, Itapiranga, Manicoré e Eirunepé.
No município de Itapiranga, foram aplicadas 299 doses de imunizante contra o coronavírus e outras doenças, beneficiando a população em 13 comunidades. Além disso, o programa disponibilizou 600 testes de covid-19 para 14 comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, no munícipio de Iranduba. “Dessa forma, conseguimos resguardar cada vez mais a saúde dessas populações”, destacou Mickela.
Outra conquista da FAS no âmbito do Programa Saúde na Floresta foi a representação da ONG no Conselho Estadual de Saúde (CES-AM), por meio da eleição de Mickela como suplente das organizações de meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
“Essa inserção da FAS é muito importante, porque temos a oportunidade de articular novas parcerias e chamar mais atenção para as necessidades das populações tradicionais e de como podemos melhorar cada vez mais as ações da atenção básica nos municípios em que a FAS atua”, afirmou a gerente.
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