Acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência (PcD) ou mobilidade reduzida são temas que vêm ganhando cada vez mais força nos debates em sociedade, porém, muitas pessoas ainda utilizam essas palavras como sinônimos uma da outra quando, na prática, possuem aplicações diferentes, mas complementares.
Atualmente, é comum ver ações de conscientização produzidas por instituições que falam sobre o público de interesse, mas sem que o grupo realmente faça parte da produção do conteúdo. E é exatamente isso que mostra a grande diferença entre ser acessível e ser inclusivo na prática.
Acessibilidade
De um modo mais direto, significa possuir estrutura e possibilitar a PcDs ou pessoas com mobilidade reduzida o acesso a serviços e participação social de forma totalmente autônoma e independente.
A Lei n. 10.098/2000 dispõe que a acessibilidade deve estar presente nos edifícios públicos e privados destinados ao uso coletivo por meio de rampas, elevadores, piso tátil, placas em braille, banheiros adaptados, assim como em ruas e avenidas de uso geral, sem exceção, devendo adaptar-se de forma a proporcionar autonomia a todos os grupos.
Também é necessário entender que acessibilidade não se limita apenas a barreira física. Há situações em que o acesso de uma pessoa com deficiência também deve ser atendida de forma ampla como a comunicação presencial e virtual, incluindo site, aplicativos e programas com ferramentas que auxiliam a acessibilidade de pessoas com as mais diversas deficiências.
Inclusão
Enquanto a acessibilidade trabalha ferramentas para uso autônomo de pessoas com deficiência, a inclusão trata sobre a presença de PcDs nos diversos âmbitos sociais, oferecendo oportunidades conforme as diferenças de cada pessoa.
A inclusão é um conjunto de meios e ações para integrar todos os grupos de acordo com a Declaração de Direitos Humanos e com a Constituição Federal de 1988. Mais do que somente falar sobre este grupo, é essencial que ele esteja presente na discussão e elaboração de ações sobre o tema.
Para entender os problemas enfrentados diariamente por pessoas com deficiência é preciso que elas possam falar por si, visto que são capazes das mesmas coisas que pessoas sem deficiência, mas com a promoção de seus direitos na prática, evitando, assim, o capacistimo. É com a presença delas que se cria meios para que obstáculos sejam solucionados e a inclusão seja praticada.
É essencial lembrar que acessibilidade e inclusão são complementos uma da outra. Não há o exercício da inclusão social sem a acessibilidade e não se pode falar em inclusão se não há um ambiente acessível para as pessoas atuarem.
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