Isabella Botelho; 29/04/2022 às 14:00

Indígenas Yanomami denunciam crimes cometidos por garimpeiros em comunidade em Roraima

Casos mais recentes foram denunciados por liderança indígena na segunda-feira, 25

Na última semana, representantes Yanomami denunciaram crimes cometidos por garimpeiros na comunidade Arakaçá, na região de Waikás, em Roraima. Uma adolescente de 12 anos foi violentada e morta, e uma criança de quatro anos segue desaparecida após cair no rio Uraricoera.

Na segunda-feira, 25, Júnior Hekunari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami Ye’kwana (Condisi-YY), denunciou, por meio de vídeo publicado em suas redes sociais, que os criminosos invadiram a comunidade e  sequestraram a adolescente e a criança, levando-as a um barco, onde estupraram a menina, e a criança caiu no rio e segue desaparecida. Veja o relato: 

No dia seguinte, terça-feira, 26, o Condisi-YY enviou um pedido oficial à Polícia Federal, à Funai, ao Ministério Público e ao Ministério da Saúde para investigação do caso. Na quarta-feira, 27, agentes da PF chegaram à comunidade junto a representantes indígenas para prosseguir com a investigação, que continuou até a quinta-feira, 28.

O caso, que ganhou repercussão nacional, também chegou a ser pautado em sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a abertura da sessão, a ministra Cármen Lúcia cobrou a apuração e investigação do caso. “A violência e a barbárie contra indígenas ocorrem há 500 anos. A civilização tem um significado apenas para um grupo de homens. O Poder Judiciário atua sobre provocação. O cidadão atua pela dor. Essa perversidade não pode permanecer como estatísticas, fatos da vida, notícias”, afirmou. (Via Metrópoles)

No mesmo dia, no entanto, a Polícia Federal informou que não encontrou indícios do crime.

É importante frisar que este não é o primeiro caso de estupro de mulheres e crianças indígenas que acontece em terras indígenas Yanomami. De acordo com o G1, um relatório divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (Hay) no início de abril apresenta relatos de indígenas, antropólogos e pesquisadores sobre os constantes abusos.

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