Isabella Botelho; 29/08/2022 às 18:00

Era do vape: o que ninguém quer falar sobre o cigarro eletrônico

Consumo do produto é proibido no Brasil pela Anvisa

Em restaurantes, bares, baladas, faculdades ou qualquer outro espaço de convívio social, os cigarros eletrônicos caíram na graça dos jovens de todo o mundo. Sendo um dos países referência no combate ao tabagismo, o Brasil agora se preocupa com a febre dos ‘vapes’ e os prejuízos que eles causam à saúde. Mas você sabe como eles funcionam e do que são feitos? 

Foto: Banco de imagem

Criado sob o pretexto de ‘ser menos prejudicial à saúde’, como afirmam os fabricantes, o cigarro eletrônico tornou-se muito popular na última década. Segundo artigo do site Tecnoblog, o primeiro aparelho eletrônico de que se tem notícia foi desenvolvido e patenteado na década de 60, mas não chegou a ser comercializado. Já no início dos anos 2000, o farmacêutico Hon Lik criou e patenteou o que ficou conhecido oficialmente como o primeiro cigarro eletrônico, o Ruyan, que significa ‘fumaça’ em japonês.

As principais diferenças entre o cigarro eletrônico e o tradicional vão desde formato e embalagens plásticas até o modo de funcionamento — sendo este um dos motivos pelos quais existe a ilusão de que os vapes não são causadores de doenças ou até mesmo letais. 

Ao contrário dos cigarros tradicionais, que queimam por combustão uma mistura de diferentes substâncias, incluindo o tabaco, o cigarro eletrônico funciona por meio da vaporização — e por isso é popularmente conhecido como ‘vape’. Dentro da embalagem, existe um espaço destinado ao armazenamento de um líquido, que consiste em uma mistura de substâncias. Esse líquido é aquecido por uma resistência, o atomizador, e evapora. Assim, o usuário inala o vapor gerado.

Como não há combustão no mecanismo do cigarro eletrônico, não há a produção de monóxido de carbono, gás tóxico e um dos principais causadores de doenças cardiorrespiratórias, a exemplo do cigarro comum. Ao ser inalado, o gás, combinado ainda com outras substâncias, entra na corrente sanguínea e impede a circulação necessária de oxigênio. Conforme o tempo vai passando e o contato do fumante com o gás se torna frequente, o fumo contribui para a privação de oxigênio em órgãos vitais do corpo humano.  

Mas, apesar do cheiro bom, à sua escolha e preferência, o vape tem em sua composição, entre outras substâncias tóxicas, a nicotina, que gera dependência. Ou seja, ao contrário do que muita gente pensa, o cigarro eletrônico também vicia, assim como o cigarro comum, e traz graves prejuízos à saúde, aumentando as chances do desenvolvimento de doenças cardíacas, pulmonares e câncer, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

É por este motivo e entendendo a gravidade do cenário que, no Brasil, a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em julho deste ano, diretores se reuniram para analisar uma possível regulação do aparelho, mas a proibição foi mantida por unanimidade na votação. 

O ‘pod’ está em todo lugar e seu uso foi socialmente normalizado, ainda que proibido, e é necessário falar sobre o assunto e informar os prejuízos que esse uso traz à saúde.

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