Com o objetivo de incentivar a produção rural com técnicas sustentáveis de cultivo, a Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) publicou a “Hortas – Recomendações para o Plantio de Hortaliças no Estado do Pará”, disponível gratuitamente no site da Embrapa.
A cartilha é de autoria das engenheiras-agrônomas Mazillene Borges de Souza, analista da Embrapa Amazônia Oriental, Vitória Cunha Martins, e ilustrada por Vitor Trindade Lôbo.
Com 55 páginas, a cartilha contém gráficos, tabelas e outras informações que destacam a importância das hortaliças na dieta humana e o impacto do cultivo na agricultura familiar, responsável por quase 100% da produção de alimentos básicos no país.
“O produtor que tem uma horta pode obter várias safras por ano, dependendo da espécie que cultiva”, salienta Mazillene de Souza. “Dados divulgados na publicação informam que a produção de hortaliças movimenta no País bilhões de reais ao ano, são milhões de toneladas de produtos, sendo tomate, cebola e alface responsáveis por mais de 50%dessa produção”.
O pesquisador Walkymário de Paulo Lemos, chefe da Embrapa Amazônia Oriental, destaca que a cartilha, ao abordar de forma simples e inclusiva o cultivo de hortas, facilita o alcance do ODS 2 da ONU, relacionado à segurança alimentar e agricultura sustentável. Ele também menciona que Belém sediará a COP 30 em novembro de 2025.
“A Embrapa no Brasil tem compromisso com os ODSs, que são 17 no total, estabelecidos em 2015 pela ONU tendo em vista colocar em prática a Agenda 2030 por meio de uma ação global. As publicações técnico-científicas da instituição, como essa cartilha, se alinham aos Objetivos, sendo uma das maneiras de divulgá-los à sociedade, de praticá-los e de reforçar o compromisso institucional com a sustentabilidade”, destaca o pesquisador.
As recomendações para um cultivo acessível abordam aspectos socioeconômicos e técnicos do cultivo de hortas, incluindo classificação, tamanho, estrutura, diferenças entre hortas familiares e comerciais, ferramentas para cultivo, tratos culturais, manejo fitossanitário, colheita, conservação, manejo ecológico do solo e cultivo em pequenos espaços urbanos. As autoras destacam os desafios com patógenos, que limitam o desenvolvimento da atividade no Pará, e ressaltam a viabilidade das hortaliças devido ao ciclo curto, rápido retorno financeiro e diversas formas de comercialização, como in natura, processadas ou como temperos.
“Por serem vendidas em grande parte in natura, a qualidade das hortaliças é atribuída por suas características visuais, mas é importante garantir padrões de qualidade que não são notados visualmente, como a ausência de resíduos de agrotóxicos ou de organismos indesejáveis”, explica Mazillene, ressaltando que a cartilha orienta na direção desses padrões de qualidade, beneficiando não apenas o produtor mas “todos que desejam obter mais informações sobre o universo das hortaliças para cultivo no Estado do Pará”.
Alimento, emprego e renda
O perfil socioeconômico do cultivo de hortaliças traçado na publicação aponta a horta como geradora de alimentos, empregos e complementação de renda. Além de indicar as ferramentas ideais para o cultivo, a cartilha classifica as hortaliças e assinala as características das hortas, basicamente as diferenças entre horta comercial (projetada com fins lucrativos) e horta familiar, a tradicional “horta de quintal”: destinada à produção de verduras para uso doméstico, geralmente cultivada em pequenas áreas, com alta variedade de hortaliças.
A cartilha segue orientando para a escolha adequada do local de plantio, preparo do terreno e produção de mudas. Também mostra como promover o manejo ecológico do solo e lista os tratos culturais do plantio, como irrigação, capina, desbrota e adubação de cobertura.
“Ensina ainda a fazer compostagem caseira e a produzir adubo orgânico. Muito importante também é o controle fitossanitário numa horta, que é o controle de pragas e doenças”, lembra a autora Vitória Martins.
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