Nas últimas duas semanas, você deve ter visto muitas notícias em relação aos desdobramentos da decisão do Presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, em banir o aplicativo do momento, o TikTok, do país. Se você não acompanhou ou simplesmente se perdeu no meio de tantas informações, nós explicamos o que aconteceu.
Com sua mistura eclética de dança, desenhos de comédia e sincronização labial, o TikTok é um aplicativo de origem chinesa. Lançado oficialmente em 2017, se tornou um fenômeno entre os jovens no fim do ano passado, mas realmente ganhou popularidade nos últimos meses, quando vivemos o isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus. Estes fortes vínculos de origem com a China tornaram o aplicativo a mais recente empresa a ser atacada à medida que as tensões político-comerciais entre a China, do presidente Xi Jinping, e os EUA crescem. A plataforma, que tem crescido rapidamente e acumula cerca de 80 milhões de usuários mensais ativos só nos EUA, tem sido acusada de coletar dados pessoais de americanos para compartilhá-los com o governo chinês.
Todo o imbróglio entre Trump e o app chinês começou quando o presidente anunciou, no fim de julho, que poderia assinar um decreto ordenando que a ByteDance, dona do TikTok, vendesse a plataforma para alguma terceira empresa nos EUA. Após uma semana de especulações, em 06 de agosto, o presidente assinou duas ordens executivas para banir dois aplicativos chineses do país em 45 dias, o TikTok e o WeChat, caso eles não sejam vendidos para companhias americanas por suas empresas de origem.
A ordem executiva proibiria “qualquer transação por qualquer pessoa, ou com relação a qualquer propriedade, sujeita à jurisdição dos Estados Unidos, com a ByteDance Ltd” (e com a Tencent), a partir de 45 dias.
Em comunicado, o TikTok disse que a decisão foi emitida “sem o devido processo legal”.
“Por quase um ano, procuramos nos envolver, de boa fé, com o governo dos EUA para fornecer uma solução construtiva para as preocupações que foram expressas. O que descobrimos foi que o governo não prestou atenção aos fatos, ditou termos de um acordo sem passar por processos legais padrão e tentou se inserir nas negociações entre empresas privadas”, disse a empresa.
As ordens foram assinadas no mesmo dia em que o Senado votou, por unanimidade, um projeto de lei do senador Josh Hawley que proíbe funcionários federais de usar o aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok em dispositivos cedidos pelo governo.
Apesar disso, os EUA não foram o primeiro país a banir o aplicativo. No fim de junho, a Índia proibiu o TikTok e outros 58 aplicativos chineses de operar no país. Após a decisão, o aplicativo afirmou em nota que, apesar da ordem do governo indiano, a equipe da ByteDance, empresa dona do aplicativo, está trabalhando com o governo na Índia para demonstrar “dedicação à segurança do usuário” e “compromisso com o país”.
A Austrália, que já proibiu a companhia de tecnologia chinesa Huawei e a fabricante de equipamentos de telecomunicações ZTE, também está considerando proibir o TikTok.
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