Patrícia Patrocínio; 22/04/2021 às 17:30

Brasil cai no ranking mundial de liberdade de imprensa

Pela 1ª vez em 20 anos, o Brasil saiu da “zona laranja” e entrou na “zona vermelha” no levantamento que investiga a liberdade de imprensa no mundo

Pela 1ª vez em 20 anos, o Brasil saiu da “zona laranja” e entrou na “zona vermelha” no levantamento que investiga a liberdade de imprensa no mundo. O Ranking Mundial, publicado anualmente pela ONG Repórteres sem Fronteiras, apresenta o país no 111º lugar da edição de 2021. 

Em 2018, o país estava na 102ª posição, caindo 4 colocações nessa classificação pelo 4º ano consecutivo. A situação da liberdade de imprensa no Brasil foi classificada como a 8ª pior das Américas, à frente apenas de Cuba, Honduras, Venezuela, México, Colômbia, Nicarágua e Guatemala.

O relatório também analisa que um dos motivos para a limitação à liberdade de imprensa no Brasil é um “cenário de concentração excessiva da propriedade de meios de comunicação, o que prejudica a qualidade do pluralismo e da diversidade do horizonte midiático”.

De acordo com o estudo, 73% dos 180 países avaliados apresentam situações consideradas “muito graves”, “difíceis” ou “problemáticas” para a profissão. Para a ONG, o exercício do jornalismo está parcialmente ou totalmente limitado em mais de 130 países, num momento em que a crise sanitária acrescenta obstáculos à cobertura do noticiário.

Os países em que há mais liberdade de imprensa, segundo o levantamento, são da Escandinávia. A Noruega aparece em 1º lugar; a Finlândia está em 2º, seguido de Suécia e Dinamarca. Da mesma maneira, os países com a pior classificação são Eritreia (180º), Coreia do Norte (179º), Turcomenistão (178º), China (177º) e Djibuti (176º).

A pesquisa é publicada desde 2002 e avalia as condições para o exercício do jornalismo. A pontuação dada a cada nação é estabelecida por meio de entrevistas com especialistas de todo o mundo em mais de 20 idiomas. Segundo a RSF, o Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa representa um “instrumento de defesa essencial”. O levantamento considera os seguintes critérios:

  • pluralismo;
  • independência das mídias;
  • ambiente e autocensura;
  • arcabouço legal;
  • transparência;
  • qualidade da infraestrutura de suporte à produção da informação;
  • violência contra a imprensa.

Lista dos primeiros 12 países do ranking:

  • 1. Noruega
  • 2. Finlândia
  • 3. Suécia
  • 4. Dinamarca
  • 5. Costa Rica
  • 6. Holanda
  • 7. Jamaica
  • 8. Nova Zelândia
  • 9. Portugal
  • 10. Suíça
  • 11. Bélgica
  • 12. Irlanda

Lista dos últimos 12 países do ranking:

  • 180. Eritreia
  • 181. Coréia do Norte
  • 182. Turcomenistão
  • 183. China
  • 184. Djibouti
  • 185. Vietnã
  • 186. Irã
  • 187. Síria
  • 188. Laos
  • 189. Cuba
  • 190. Arábia Saudita
  • 191. Iêmen

 

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