Giovana Barbosa; 29/12/2020 às 12:00

A corrida mundial da ciência em busca da vacina contra a covid-19

São 191.139 pessoas que não terão o imunizante, enquanto isso buscamos uma única esperança para não estarmos nesses números.

Abril de 2020 e a gente pensando na Páscoa e planejando o restante do ano, tantos planos e objetivos a seguir, mal sabíamos que viveríamos uma pandemia mundial no qual inúmeras vidas morreriam ou sofreriam a perda de alguém querido. Perdas inigualáveis, privações, isolamento, psicológico abalado, tantas coisas que passaríamos e mal sabíamos. A covid-19 reestruturou o jeito de todos os seres humanos de viver, hoje restringidos de contato físico com amigos, familiares, especialmente nossos avós, ou até mães com problemas de saúde agravados, a incerteza de estar prejudicando ou não, certeza de estar protegidos ou não. Hoje, mês de dezembro de 2020, depois desse maremoto, lemos notícias  esperançosas sobre a vacina contra o covid, vacina que nos ajudará a viver normalmente ou pelo menos perto disso. 

Na corrida pela vida, os países que já começaram são: Emirados Árabes, Estados Unidos, Canadá, China, Rússia e Reino Unido. Destes, a Suíça será um país que logo entrará na lista, com previsão para o começo da vacinação até o final de dezembro. Segundo dados da agência Bloomberg, mais de 1 milhão de pessoas já foram imunizadas nesses locais. 

O país com mais imunizantes disponíveis, totalizando quatro tipos, é a China, também a nação que mais aplicou as doses da vacina. Segundo dados matemáticos, a pandemia só será controlada quando acima de 70% da população estiver imunizada contra a doença.

Todos os dias surgem dados, informações e claro, o maior furo de notícia de 2020, as “Fake News”. Nessa corrida mundial que vai muito além da busca pela vacina contra a doença que até o momento matou 1,6 milhões de pessoas e infectou 75 milhões da população mundial, há o poder mundial econômico e social de encontrar a cura: até o momento foram investidos mais de 10 bilhões da economia mundial dos países. Além do mais, nesta busca incansável, o retorno do poder científico que muitas vezes foi subestimado pelos governantes do mundo traz consigo a mensagem “Sem investimento científico, não há cura eminente”, o que torna a nossa necessidade mais clara pela ciência. 

Até o momento, temos em fase final as vacinas: BNT162b2 que foi desenvolvida pela BioNtech empresa alemã em conjunto com a norte-americana Pfizer, a moderna desenvolvida pelo laboratório farmacêutico norte-americano moderna, a farmacêutica britânica AstraZeneca e o Instituto Gamaleya da Rússia, que desenvolveram a vacina Sputnik V, a chinesa Sinovac criadora da CoronaVac e Sinopharm ambas com números positivos de testes. 

Vacinação ao redor do mundo: 

A Pfizer e o laboratório alemão BioNTech anunciaram que a BNT162b2 teve 95% na prevenção à doença, e não houve efeitos colaterais graves, conforme dados dos estudos de fase 3;

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, aprovou no dia 11 de dezembro o uso emergencial da vacina;

Antes da aprovação nos EUA, o Reino Unido começou dia 08 de dezembro a vacinar sua população contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer, seguido de Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita e Israel;

Contabilizados no Reino Unido até o dia 16/12 mais de 140 mil pessoas já tinham sido vacinadas, nos Estados Unidos começou no dia 14 de dezembro e as primeiras aplicações foram da Pfizer e BioNTech, no dia 21 de dezembro começaram a aplicar as primeiras doses da vacina da Moderna, o presidente Joe Biden já recebeu a primeira dose da vacina;

No Canadá no dia 14 de dezembro começaram a imunização com as vacinas Pfizer/BioNtech, até o momento não existem números atualizados da população que recebeu a vacina; 

No dia 17 de dezembro foi a vez da Arábia Saudita também receber a Pfizer/BioNtech e o primeiro a receber a vacina foi o ministro da saúde;

Em Israel o primeiro ministro foi vacinado no dia 19 de dezembro dando início a campanha de vacinação que começa dia 27 de dezembro no país inteiro;  

Na China segundo a comissão nacional de saúde até o dia 19 de dezembro foram vacinados 1 milhão de pessoas com doses de emergência com os imunizantes feitos pela Sinopharm e Sinovac;

A Rússia informou que no dia 04 de dezembro mais de 100 mil pessoas tinham sido vacinadas, neste número cerca de 80 mil já foram vacinadas após o estudo clínico, a imunização está sendo feita com a Sputnik V; 

Quem usou a vacina da Sinopharm para imunização foram os Emirados Árabes, que desde o dia 09 de dezembro já registraram uma eficácia de 86% após análise preliminar. 

E o Brasil? 

A briga pela vacina no país, que enfrenta uma de suas maiores crises sociais, políticas e econômicas após 187.291 pessoas mortas pelo covid -19, hoje enfrenta incertezas, questionamentos e brigas entre governantes de estado e do país.

O governador de São Paulo, João Dória, iniciou em agosto negociações e investimentos para o imunizante Corona-Vac e fez uma parceria entre o laboratório chinês e o Instituto Butantan para produção da vacina. Após meses de retaliação do Governo Federal, hoje, a vacina está em apresentação da fase 3 de resultados clínicos. Após o status de aprovação, será apresentado o plano de vacinação com possível previsão para início dia 25 de janeiro no estado, conforme afirmado por Dória.

Até o atual momento, não há intenção de compra e nem busca pela vacina por parte do Governo Federal e, enquanto isso, o Presidente espalha fake news sobre a procedência do imunizante. Nesta briga, a população perde tempo e o número de vítimas cresce. Estudos indicam que o crescimento de morte em decorrência do Covid-19 triplicará até fevereiro de 2021. Nossa única esperança eminente é a vacina. 

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