Tuane Silva; 31/08/2022 às 15:30

Mapeamento do Imazon identifica que 41% da Floresta Amazônica é impactada por estradas

A estimativa é de que, dos 3,46 milhões de quilômetros de estradas abertas na Amazônia Legal, mais de 3 milhões sejam não oficiais

Um mapeamento inédito realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado nesta segunda-feira, 29, mostrou que as estradas já cortam 41% da área florestal amazônica no Brasil. O estudo identificou 3,46 milhões de quilômetros de vias na Amazônia Legal.

Segundo o estudo do Imazon, as terras não destinadas, porções de floresta que ainda esperam destinação do poder público, possuem um quarto das vias mapeadas em toda a Amazônia, equivalente a 25%. Esse dado indica que estas áreas podem estar sendo usadas para crimes ambientais, como extração ilegal de madeira, garimpo e grilagem.

Foto: DNIT

Dentro das áreas protegidas – unidades de conservação e Terras Indígenas – foram encontrados 280 mil km de estradas, 8% do total na Amazônia. 

“Mapear e monitorar as estradas é crucial para identificar ameaças à floresta e aos povos e comunidades tradicionais que vivem nela, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos”, explicou o pesquisador associado do Imazon e coordenador do trabalho, Carlos Souza Jr, para o portal OECO.

Nesta pesquisa realizada via sensoriamento remoto, a estimativa de Souza Jr e pesquisadores parceiros é de que, dos 3,46 milhões de quilômetros de estradas abertas na Amazônia Legal, mais de 3 milhões sejam de estradas não oficiais.

A maior parte das estradas estão localizadas, segundo os pesquisadores, no chamado ‘arco do desmatamento’, que abrange porções dos estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, além de parte do Pará. Os pesquisadores identificaram também que há mais vias nas regiões chamadas de ‘novas fronteiras do desmatamento’ – sul do Amazonas, oeste do Pará e Terra do Meio, também em solo paraense.

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