Pressionados por madeireiros, grileiros, garimpeiros e agentes de outros negócios ilegais, em um cenário político-institucional com risco de perda de direitos e de ameaças aos seus territórios, povos indígenas de todo o Brasil ficarão em Brasília até o dia 14, na 18ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), promovida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Representações do povo Kayapó, das emblemáticas Terras Indígenas Baú e Menkragnoti (norte do Mato Grosso e sul do Pará), estão prontas para participar das mobilizações.
As lideranças Kayapó se unem a outros grupos que pretendem reafirmar um posicionamento contrário ao Projeto de Lei (PL) 191-2020, que regulamenta a mineração, o uso do potencial energético e outras atividades incompatíveis com a proteção da natureza e dos valores culturais dos seus povos e territórios. “O PL 191 quer nos varrer da mata”, afirma Mydjere Mekrãgnotire, vice-presidente do Instituto Kabu, em uma mesa de debates após recente treinamento de política e oratória, ministrado pelo antropólogo Daniel Faggiano, diretor do Instituto Maíra.
Em uma mobilização conjunta inédita contra projetos de garimpo no Brasil, povos indígenas Munduruku, Kayapó e Yanomami, as Terras Indígenas mais impactadas pela mineração ilegal de ouro na Amazônia, anunciaram recentemente uma aliança pela qual pretendem reafirmar o posicionamento de suas lideranças contra esse tipo de pressão, que cresce no país sob esforços dos Poderes Executivo e Legislativo.
*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.