Tuane Silva; 13/12/2022 às 15:00

Desmatamento na Amazônia sobe 123% em novembro

Resultado é o segundo pior da série histórica, perdendo apenas para o segundo ano do regime Bolsonaro

Foto: Victor Moriyama

Segundo dados do Inpe divulgados na última sexta-feira, 9, uma área da Amazônia que está sob alertas de desmatamento atingiu a marca de 555 km2 em novembro, um aumento de 123% em relação ao mesmo mês do ano passado. Este é o segundo pior resultado, perdendo apenas para o segundo ano do governo Bolsonaro, em 2020, quando a área desmatada em novembro chegou a 563 km2.

Quando analisado o acumulado de alertas de agosto a novembro, o total de área desmatada foi de 4.574 km2, recorde da série histórica com início em 2015. A taxa de desmatamento na Amazônia é medida sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte, ou seja, esses números serão herdados pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na taxa de 2023. O aumento em relação ao mesmo período do ano passado é de 51%.

Lábrea, uma das cidades que ficam no eixo da BR-319 (Manaus-Porto Velho), foi o município com maior área desmatada nos últimos quatro meses, com 209 km2. A licença prévia para o asfaltamento da rodovia foi concedida em junho pelo governo Bolsonaro, não levando em consideração pareceres técnicos do Ibama. 

A BR-319 é um dos fatores que explicam o fato de o Amazonas ter sido o único estado com desmatamento em alta no ano de 2022. O desmatamento subiu 60% em quatro anos, e as multas aplicadas pelo Ibama na Amazônia caíram 38% no mesmo período. 

“O que vemos na Amazônia é resultado de um plano de destruição implementado pelo atual governo. Bolsonaro deixará uma herança nefasta para o Brasil, e deve ser responsabilizado legalmente por toda a destruição que causou”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Esse resultado chega três dias depois da aprovação da regulação europeia contra o desmatamento importado. Os números nos deixam mais distantes de nos ajustar à nova lei, prejudicando o agronegócio brasileiro e a imagem do país no exterior.”

 

Fonte: Observatório do Clima 

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