Thaís Andrade; 19/12/2022 às 15:00

Cartilhas do Observatório BR-319 abordam cobras, peixes e sapos curiosos da Amazônia

Obras são fontes inclusivas de conhecimento e serão disponibilizadas em línguas de povos indígenas

Cartilhas sobre espécies curiosas de peixes, cobras e sapos encontradas na região do município de Humaitá, a 591 quilômetros de Manaus, no sul do Amazonas, ganharam destaque no artigo científico do informativo mensal do Observatório BR-319.

O texto foi assinado pelo pesquisador Sérgio Santorelli Junior, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) – Humaitá; Lis F. Stegmann, pesquisadora de pós-doutorado da Embrapa Amazônia Oriental, no Pará; e Rafael de Fraga, que possui pós-doutorado no Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal da Universidade Federal do Oeste do Pará.

Na cartilha “Cobras venenosas e espécies semelhantes na região de Humaitá” são abordadas espécies, tipos de venenos e a grande variedade de cores e comportamentos curiosos das cobras. Uma delas é a cobra-flamenguista, que recebe esse nome porque suas cores lembram a camisa do Flamengo.

Imagem: Observatório BR-319

“Mas os nomes esquisitos não param por aqui. A rodovia também é lar de um sapo chamado perereca-de-vidro, que tem a pele tão transparente que é possível ver os seus pulmões, rins, coração e até intestino”, conta o pesquisador Sérgio Santorelli. Segundo ele, as informações estão disponíveis na cartilha “Sapos da região de Humaitá: uma introdução à diversidade de sapos para estudantes e ecoturistas”.

Outro destaque do artigo são os peixes que vivem nos igarapés localizados na BR-319, como o peixe-folha, que possui corpo alto, comprimido e de cor parecida com uma folha seca. A espécie vive camuflada entre galhos e plantas das margens dos igarapés, protegido de predadores, de onde também abocanha suas presas de forma sorrateira. As informações sobre essas espécies estão disponíveis no livro “Guia ilustrado dos peixes de igarapés da BR-319: uma introdução à biodiversidade”.

“Esses livros são fontes inclusivas de conhecimento e serão disponibilizados na língua de alguns dos povos indígenas de territórios na região da BR-319. É fundamental que a população conheça a biodiversidade local e a valorize para, assim, assegurar a manutenção da diversidade socioambiental da região com a prática de atividades econômicas sustentáveis”, comenta a pesquisadora Lis.

 

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