No dia 30 de novembro, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou que, em 2022, a estimativa de desmatamento na Amazônia foi de 11.568 km2, área equivalente à da Jamaica. Apesar de ter acontecido uma queda de 11% em relação a 2021, essa ainda é a segunda maior taxa em 13 anos nos nove estados da Amazônia Legal.
Comparando o governo de Jair Bolsonaro com os governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, o atual presidente termina seu mandato de quatro anos com um aumento de 59,5% na taxa de desmatamento na Amazônia – ou seja, a média anual sob Bolsonaro foi de 11.396 km2, contra 7.145 km2 no período de 2015 a 2018. Esta é a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, afirma que o regime Bolsonaro foi uma máquina de destruir florestas: assumiu o país com uma taxa de 7.500 km2 de desmatamento na Amazônia e o está entregando com 11.500 km2.
Os dados de 2022 mostram que o estado do Amazonas foi um dos que mais sofreram com o desmatamento: foram devastados 2.607 km2 em 2022, um aumento de 13% em relação a 2021. O Pará, mesmo com a redução de 21%, ainda lidera o ranking, com 4.141 km2 desmatados em 2022. Uma das explicações para essa alta taxa é a expectativa de asfaltamento da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, rodovia que corta o maior bloco de florestas intactas da Amazônia.
O dado do Inpe ficou pronto em 3 de novembro, antes da COP27, conferência do clima que aconteceu no Egito no dia 18 do mesmo mês. Contudo, o atual governo não compartilhou os dados no evento, sendo este o segundo ano consecutivo em que o ministro do Meio Ambiente divulga as informações sobre o desmatamento no país após a conferência do clima.
Fonte: Observatório do Clima
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