É comum no mundo do entretenimento viajarmos em outras épocas que não são a qual vivemos. É um artificio de criação dos diretores ao incorporarem às suas produções a sociedade de uma determinada época, além de seus cenários e figurinos tão peculiares. É nesse contexto que Coisa Mais Linda surge nos apresentando o final da década de 50 e início de 60, presenteando com o surgimento da bossa nova e uma gama de assuntos discutidos na época que perduram até os dias atuais.
A primeira temporada da série conta a história de 4 mulheres com traços, dores e vidas completamente distintas, mas que se aproximam e se identificam por uma mesma razão: ser mulher. Num período onde a discriminação, preconceito e diferenciação de gênero para o que podia ser ou ter eram ainda mais latentes, as protagonistas Adélia (Pathy de Jesus), Malu (Maria Casadevall), Thereza (Mel Lisboa) e Lígia (Fernanda Vasconcellos), tornam-se apoio e base para que cada uma pudesse seguir sua própria direção como almejavam.
Coisa Mais Linda proporciona 4 óticas diferentes de um mesmo período e as adversidades enfrentadas no dia a dia por estas mulheres. Maria Luísa era casada, tinha um filho e ao sair da casa dos pais para encontrar o marido no Rio de Janeiro, percebe que havia sido enganada e ele teria fugido com todo o seu dinheiro e outra companheira. Lígia, por sua vez, sempre sonhou em ser cantora, mas guarda seu sonho mais íntimo devido ao machismo e intolerância do seu marido. Adélia, mulher preta que mora no morro, é um grande exemplo de mulher batalhadora que luta todo dia contra o preconceito em suas diversas faces e torna-se a grande amiga, sócia e braço direito de Malu. E em contraponto a todas essas narrativas, há Thereza, mulher que possui um relacionamento desconstruído para época, tem um cargo importante em uma editora e se torna de uma certa forma, grande referência para estas mulheres que objetivam a autonomia de suas próprias vidas.
E como uma boa história, a série tem suas cenas de romance e de muita música envolvendo os sentimentos e momentos das personagens, afinal, Malu cria um clube de bossa nova, o Coisa Mais Linda, para seguir com a sua vida. É no clube que Lígia, Capitão (Ícaro Silva) e Chico (Leandro Lima), dão o toque musical à trama com a meia luz envolvente das cenas no clube e em contraponto, temos as cores, a vibração das cenas ao ar livre reafirmando o calor e a beleza natural do Rio de Janeiro, sempre ao som de muitas músicas do Chico – que não podemos falar muito, porque é preciso cuidado com spoiler.
E com uma fotografia de cena e interpretações que nos fazem embarcar naquele cenário, a confirmação da segunda temporada da série para o próximo mês, causa uma expectativa pelos novos conflitos e desfecho que o último episódio da primeira temporada deixou em aberto, além da chegada de uma nova personagem ao grupo das mulheres ser mais um motivo para não perder essa temporada e o outro olhar que essas mulheres despertam sobre sua realidade.
A primeira temporada de Coisa Mais Linda está disponível na Netflix e você pode começar a maratona antes mesmo que a segunda promissora temporada comece!
Trailer da primeira temporada:
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