Isabella Botelho; 14/07/2021 às 15:00

Projeto musical paraense “Manto” navega pela musicalidade amazônica contemporânea em seu disco de estreia

Lançamento na próxima sexta-feira, 16, em todas as plataformas digitais de streaming de música

O projeto musical “Manto” lança o primeiro disco da carreira na próxima sexta-feira, 16, em todas as plataformas digitais de streaming de música. O disco homônimo traz canções que evocam o imaginário de encantarias da floresta e os saberes da cultura popular, navegando pelas diversas atmosferas da musicalidade amazônica contemporânea.

Foto: Rogério Folha

“Nosso primeiro disco é um mergulho nas profundezas de nós mesmos, que se confundem com a região. Evocando forças, entidades e saberes do mistério amazônico, entregamos neste trabalho uma pesquisa poética e sonora forjada por meio de muitas vivências em travessias por este lugar”, afirma o grupo produzido por Mateus Moura, Karimme Silva e Rodolfo Mendonça, que ainda recebe participações de Jimmy Goés na guitarra, Thales Branche no violão, Thalia Sarmanho na direção vocal e Larissa Mê nas percussões.

O grupo entrega canções e batuques que desvelam o sobrenatural e o real a partir do manto. “Intitulamos este projeto e esse fonograma de Manto justamente porque sentimos que não estamos fora, mas dentro do Manto, tecendo, mas sendo tecidos. Somos o Manto, mas o Manto é muito mais que nós”, completam.

O disco traz em suas composições e arranjos as atmosferas das águas, da tempestade, do pântano e da noite, paisagens sonoras presentes no imaginário popular amazônico. “Nossa pesquisa de timbres e arranjos sempre levou em conta essa vontade de transportar o ouvinte para esse outro mundo, tão real e irreal ao mesmo tempo; para aquilo que há de invisível dentro das paisagens, e que a música revela”, afirmam.

Capa do Projeto “Manto”. (Arte: Gabriela Maurity)

Com 8 canções, o álbum também narra a trajetória do grupo, abrindo com a palavra cantada e atravessada pela voz e violão de Mateus Moura e Karimme Silva em “Silêncio atento dos sinais”, primeira faixa do disco. Já em “Gigante intuição”, segunda faixa do disco, a pesquisa sonora do grupo vai além da fronteira ocidental, com influências árabes em suas cordas, percussões e vocalizes, remetendo a um universo místico. Com “Minguante”, terceira faixa do disco, é explorado o lado obscuro do eu, na penumbra das vozes que começam como uma canção de ninar e te levam em ritmo de toada até o minguar da lua. Seguindo nesse trajeto lunar, a quarta faixa do disco, “Fio da lua”, lançada como terceiro single do álbum, traz em sua composição, assinada por Manuela Dela, uma licença poética sobre os caminhos da lua nos céus e rios, deixando este caminho aberto para a livre interpretação, um convite a um mergulho no imaginário.

A partir da quinta faixa do disco, “Santa braba”, com presença forte Iansã por meio de guitarras distorcidas, baixo e tambores bem marcados e a divisão de três vozes femininas (o búfalo, a tempestade e a borboleta), há o espaço sonoro da invocação Santa e Braba. Em “Agouro”, sexta faixa do disco, a calmaria misteriosa que antecede a explosão de instrumentos e vozes formam o prenúncio do que virá: um aviso. Já em “Lembrança de Oxóssi”, segundo single lançado em 2019, a relação homem-pássaro e a narrativa entre o orixá Oxóssi e Ossanha é evidenciada nos seus acordes. Encerrando a trajetória sonora criada pelo grupo neste trabalho, “Matinta chegou”, oitava e última faixa do disco, traduz exatamente a relação entre a mata profunda e a selva de pedra na Amazônia contemporânea. Foi o primeiro single lançado pelo grupo, em 2018, e versa sobre essa força amorfa e ancestral que o amazônida sente na floresta e dentro de si. É a música em estado possível de mundiação. 

O primeiro disco do projeto musical “Manto” chegará às plataformas de streaming de música no dia 16 de julho, com distribuição digital da Quae Música. Faça o pré-save  aqui.

A trajetória do projeto musical “Manto”

“Manto” é um projeto paraense de música autoral criado em 2017, nascido de atravessamentos entre artistas de diversas linguagens, buscando traduzir por meio da música as atmosferas e a ancestralidade entre a mata profunda e a selva de pedra na Amazônia Contemporânea. Conhecidos pelos singles “Matinta Chegou” de 2018, “Lembrança de Oxóssi” de 2019, neste mesmo ano o grupo participou dos dois festivais de música de maior visibilidade da região norte: as Seletivas Se Rasgum e o Psica Festival, chamando atenção do público com um show de impacto que retumbou em vários espíritos. 

Ao final de 2020, em parceria com a Na Cuia – Produtora Cultural, o Manto foi contemplado na Lei Aldir Blanc Pará, no edital de música, com o projeto do primeiro disco da carreira do grupo, que já contou com o lançamento do single “Fio da lua”, em março de 2021, como single de divulgação.

Fonte: Assessoria

 

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