Crescemos ouvindo que para nos tornarmos alguém, precisamos estudar. A educação é a ponte para o sucesso, um dos pilares de uma boa sociedade, o que muda o mundo para melhor a cada dia e, principalmente, é sinônimo de tanto aprender para um dia entender o paradoxo socrático de “Só sei que nada sei”, já que a educação é infinita e constante, e quanto mais se aprende, mais se percebe o que falta aprender. Mas quem dera uma realidade na qual a educação é igual e existente para todos.
Privilégios ainda cercam um direito que deveria ser universal. Crianças são vítimas de trabalho infantil em países que vivem em extrema pobreza, pretos ainda enfrentam dificuldades para ter no mínimo as mesmas oportunidades que brancos e, mulheres continuam a luta pela igualdade de direitos iniciada ainda no fim do século XIX com a primeira onda do movimento feminista.
Para nossa edição especial do mês de março #PorElasParaElas, entrevistamos Marcela Ceribelli, diretora criativa e CEO da agência Obvious Agency. Na matéria, Marcela afirma que apesar da evolução da sociedade, o discurso da plataforma ainda é necessário e, não poderia ser diferente com a temática da educação.
Nesse episódio #30, ao lado de Luana Génot, mestre em relações étnico-raciais, fundadora do Instituto Identidades Brasil e autora do livro “SIm à igualdade racial: raça e mercado de trabalho”, ambas protagonizam uma conversa sobre o poder da educação. O estudo e aprendizado formais abordados majoritariamente nas escolas ainda são considerados os mais importantes. No entanto, Luana destaca a necessidade do aprendizado também informal, com vivências culturais, fora da sala de aula, a fim de formar pensamentos críticos e questionadores. Relembra suas oportunidades para experiências que a fizeram enxergar fora de sua bolha social e, principalmente, encontrar sua vocação na comunicação, que muda a vida de tantos jovens. “Que educação é essa que queremos ensinar?”, diz Luana ao contestar o parâmetro de referências (muitas vezes elitizado) na educação da sociedade pós-moderna.
Apesar de enfatizar a importância da luta pela educação em todos os contextos sociais, Luana relata suas vivências e conquistas dentro do movimento étnico-racial e Marcela continua trazendo o local de fala do feminino como faz em todas as áreas da agência. A diretora criativa homenageia Oprah quando diz que se educando uma menina, começa-se a mudar a cara de um país e por isso, fundou sua própria escola para meninas na África do Sul. “No dia mundial das mulheres, não me dê parabéns. Me dê educação. No dia da Consciência Negra, não me dê parabéns. Me dê educação”, dizem.
O aprendizado liberta, quebra barreiras e desafia o status quo. Afinal, podem te tirar tudo, menos aquilo que você sabe.
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