Sofia Lourenço; 25/03/2025 às 17:15

OPA! Mostra de Curtas exibe produções inéditas e valoriza novos talentos do audiovisual

O projeto apresentará filmes amazonenses, oriundos das oficinas realizadas em três bairros de Manaus

Nesta terça-feira, 25 de março, a partir das 18h30, no Teatro Gebes, acontecerá a Mostra de Filmes da Oficina de Produção Audiovisual – OPA Manaus, realizada em 2024 com apoio do Edital Manaus Identidade Cultural Audiovisual. 

A Mostra é gratuita e exibirá os filmes “Pintura Ancestral”, dirigido e roteirizado por Thais Kokama, coordenadora do Cine Aldeia; “Nunca Mais”, com direção de Murilo Henrique, “Dilema de Antônia” dirigido por Orlando K Junior e “Todas as Vozes”, de Shaydson Souza.

Imagem: Divulgação

As oficinas aconteceram no Centro de Apoio às Famílias (CENAF) no Novo Israel, no Espaço Alternativo de Petrópolis, no Museu Amazônico e na Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja, no Centro de Manaus. Cada turma recebeu cerca de 20 alunos, que ao final das aulas produziram um curta-metragem, totalizando quatro filmes.

Imagem: Divulgação

O coordenador do projeto é o produtor audiovisual Thiago Morais, que realiza as OPA’s há 7 anos. Além de Thiago, o projeto recebeu como instrutores o compositor de trilhas sonoras César Lima, a profissional de Som Direto Helione Mireles, o Diretor de Fotografia Sidney Cad e Saleyna Borges, produtora audiovisual. 

 

Imagem: Divulgação

“Essa interação com outros profissionais segmentados fortalece o aprendizado e capacita os alunos. As OPA’s são oportunidades de aperfeiçoamento por se tratarem de oficinas gratuitas que, ao receber apoio por meio de editais, possibilitam que as oficinas cheguem a outros bairros e outros públicos. Esses filmes circulam em mostras e festivais, que acabam embasando a importância de oferecer capacitação profissional”, afirmou Thiago.

Uma das alunas da OPA Manaus foi a indígena Thais Kokama, coordenadora do Cine Aldeia. Para ela, produzir seu curta “Pintura Ancestral” dentro da OPA foi um processo rico e colaborativo. 

“Tivemos a oportunidade de experimentar, aprender e construir um filme que valoriza a memória e a identidade. O ambiente da oficina favoreceu a troca entre diferentes olhares, e cada etapa – do roteiro à finalização – foi marcada por descobertas criativas. Foi inspirador ver o filme ganhar forma a partir do engajamento de todos, mostrando como o audiovisual pode ser um espaço de expressão potente.”  O filme é uma obra que nasce do encontro entre histórias, referências e sensibilidades.

O aluno Murilo Henrique considera que a OPA tem sido muito importante para sua formação como produtor audiovisual. Cursos de cinema não são baratos, fazer filmes não é barato, e a OPA sendo uma oficina gratuita, dá uma oportunidade para quem gosta e quer fazer cinema. 

Segundo Murilo, “aprender essa arte, cercado por pessoas que têm a mesma vontade, o mesmo sonho que você, é bem mais estimulante e deixa os desafios mais fáceis. Uma das coisas mais bacanas da oficina é o aprender fazendo. Claro que a teoria é muito importante, mas botar a mão na massa e sentir que está fazendo parte de algo é muito gratificante.”

O filme de Murilo teve em seu elenco o ator, diretor e roteirista Begê Muniz, da Jamary Filmes, que interpretou Edgar, inspirado na obra de Edgar Allan Poe.

 

Imagem: Divulgação

“Bom, pra mim foi uma boa experiência poder atuar em uma produção com gente nova que está se dedicando ao audiovisual, com uma vontade de fazer valer a sua linguagem e experimentar novos estilos e modos de realização cinematográfica em nosso estado. Isso, pra mim, é super importante, além de pra mim como dono de produtora em nosso estado, poder conhecer novos talentos que estão surgindo em nossa região, é sempre um aprendizado estar em contato com novas produções e novos profissionais ou estudantes da área”, declarou Begê.

O jornalista e repórter cinematográfico Orlando Junior também foi aluno e considera a participação na OPA muito importante, porque possibilitou filmar e adaptar um roteiro que estava engavetado há cinco anos. 

 

Imagem: Divulgação

“Escrevi ‘O Dilema de Antônia’ durante um curso que fiz em São Paulo, em 2020, no Instituto Nacional de Cinema, mas não consegui rodar por conta da pandemia de Covid-19. Mas, graças aos ensinamentos adquiridos na OPA, tirei o roteiro do papel e pude rodar o filme. A dedicação e o engajamento dos alunos foram fundamentais para essa realização, afinal, cinema não se faz sozinho”, afirmou Orlando.

*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.