O Brasil é um país vasto. De norte a sul, são diferentes climas, culturas, cores, sabores e pessoas. Diferentes mulheres. Aqui, elas representam 51,8% da população brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É muito difícil nos sentirmos completamente representadas em produções audiovisuais, principalmente nas grandes emissoras. Pensando nisso, no dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, a Globo exibiu o especial Falas Femininas com a proposta de apresentar as inspiradoras e representativas  histórias de cinco mulheres brasileiras de diferentes idades, crenças e lugares do país: Carol Dall Farra, Cristiane Sueli, Tina, Ruana e Maria Sebastiana. 

Produzido por uma equipe majoritariamente composta por mulheres, o olhar feminino está presente a todo tempo. O documentário genuinamente feminino “valoriza a potência da mulher brasileira e provoca uma conversa franca sobre alguns dos dilemas femininos da atualidade”. Para isso, num primeiro momento, a produção acompanhou o dia a dia dessas cinco mulheres, apresentando ao espectador suas realidades. Posteriormente, elas se encontraram nos Estúdios Globo, em São Paulo, para uma conversa empoderadora mediada pela atriz Fabiana Karla, uma das idealizadoras do programa.

“Esta homenagem mergulha na rotina de cinco mulheres que representam a brasileira real: batalhadoras que trazem dinheiro para dentro de casa, cuidam dos filhos, da limpeza, da comida. Cuidam muito de todos e pouco de si. O que estas mulheres têm para falar? Com o que elas sonham? Apesar de serem as mais numerosas proporcionalmente na nossa população, são as menos vistas, as menos ouvidas, as menos representadas”, explica Patricia Carvalho, que assina a direção do especial ao lado de Antonia Prado.

Carol Dall Farra – Natural do Rio de Janeiro, a estudante e slammer de 26 anos, nasceu em Bonsucesso e foi criada em Duque de Caxias, região metropolitana da cidade. Desde cedo, ela trabalhou para pagar o próprio cursinho pré-vestibular e, atualmente, estuda na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde está concluindo a faculdade de Geografia. 

Cristiane Sueli de Oliveira – Aos 44 anos, auxiliar de enfermagem nasceu e mora em São Paulo. Está separada há dois anos, mora com os quatro filhos e se divide entre a rotina no hospital e a maternidade.

Sebastiana dos Santos Oliveira – A diarista Tina, de 47 anos, nasceu na Bahia, onde desde cedo começou a trabalhar em casa de família como empregada. Quando um dos irmãos se mudou para São Paulo, pegou o mesmo rumo. Na capital paulista, faz faxina em residências, empresas, cozinha para eventos. Atualmente, mora com os dois filhos.

Gleice Araújo Silva – Mais conhecida como Ruana, a ambulante tem 29 anos, mora em Salvador com o marido e as três filhas e tem uma barraca de drinks na praia. Na baixa temporada, ela complementa sua renda cozinhando em eventos ou por encomenda.

Maria Sebastiana Torres da Silva – Natual de São Raimundo Nonato, no Piauí, a agricultura não frequentou a escola porque tinha que trabalhar na roça e aprendeu a tocar sozinha uma sanfona que encontrou abandonada. Ela conciliou o trabalho na lavoura com apresentações em festas para conseguir dinheiro e criar seus filhos – foram nove, sete estão vivos e, hoje, é avó de 14 netos. Em 2019, entrou em uma escola para alfabetização de adultos, onde aprendeu a ler e escrever seu nome.

É valioso escutar e empoderar mulheres. Ao apresentar histórias tão diferentes, o especial quer amplificar essas vozes e servir como um espelho para que elas se enxerguem e reconheçam seu valor. Essas cinco mulheres reais representam eu, você, nossas familiares, nossas amigas e tantas outras Brasil afora. 

Falas Femininas está disponível no Globoplay, plataforma de streaming da Globo.