Patrícia Patrocínio; 09/12/2021 às 14:30

Lua vermelha estreia sexta-feira no Youtube

A atriz Vanessa Pimentel estreia monólogo híbrido inspirado na escritora Clarice Lispector 

“Penso que minha substancial existência é um complexo mistério, reúne em si, tempo passado, presente e futuro…” – Trecho da obra Lua Vermelha

Nesta sexta, 10, a partir das 21h00 (Horário de Brasília), a atriz, arte-educadora e jornalista, Vanessa Pimentel, lança no Youtube: ‘Lua Vermelha: Clarice- O Caminho de Dentro’, seu primeiro monólogo híbrido, que une teatro, cinema e literatura, e é totalmente dedicado ao universo feminino e ao centenário da escritora Clarice Lispector.

Clarice sempre foi uma exímia investigadora de intimidade. Com cerca de dezoito livros publicados, até hoje, a autora segue sendo reconhecida como a letrista de maior repercussão no universo literário em língua portuguesa e mantém seu legado vivo e conectado a cada nova geração. Para assistir a estreia, acesse:  https://bit.ly/youtubeluavermelha

Sobre o Roteiro

Por ser uma obra existencialista, de muita profundidade, no roteiro, Vanessa optou por entrecortar seus textos com recortes de obras célebres da escritora Clarice Lispector como ‘Água Viva’ e ‘Perto do Coração Selvagem’, em uma proposta narrativa que faz emergir muitos psiquismos, memórias, emoções e sentimentos, que, por vezes, permitem que história de uma Clarice (a da personagem) se misture com a da outra (a da escritora) e o espectador, em meio a isso, nem sempre saiba, ao certo, distinguir quem fala.

“Como sou artista, me permite brincar bastante com a possibilidade de unir ficção e realidade,  ao longo do processo criativo de produção do roteiro e da construção de uma personagem intrigante, misteriosa, que possui uma alma vermelha, intensa, selvagem, que ao poucos vai sendo transformada em uma espécie de divindade, que é capaz de ressurgir…” Revela Vanessa.

O roteiro está dividido em oito atos: I. Cinzas da Primavera II. As faces de Eva III. Obscuro Objeto do Desejo IV. Insustentável Leveza V. Retratos e Memórias VI. Uma pálida sombra VII. Doce Vertigem VIII. O ópio da terra

Sobre a personagem

“Minha personagem (Clarice) representa um arquétipo feminino com suas diversas nuances, que lembra as fases da lua. A Deusa interior que habita em nós mulheres que geramos a vida, caos, e criamos todas as coisas existentes e viventes no mundo exterior. Essa voz guia, uterina, fluida que nos liberta, como em um rito de passagem, para além da vida. Levando -nos a revelar nossa verdadeira essência, através da jornada sagrada pelos quatro elementos: terra, água, fogo e ar”. Afirma a atriz.

Referências e Inspirações

“Eu posso dizer que boa parte das minhas referências têm muito haver com a minha paixão pelo cine-arte, pela fotografia e outras estéticas.Desde sempre, o meu objetivo sempre foi construir uma obra artística que fosse antes de tudo, poética e imagética, e que eu pudesse

imprimir, ao máximo, as minhas vivências pessoais com o Xamanismo, e também acadêmicas e profissionais, como a pesquisa de Cias como o grupo Vertigem (São Paulo) que dialoga diretamente com o espaço, isto é, com a geografia da cena, principalmente, quando nos remetemos à natureza e aos monumentos históricos em que a personagem está inserida, e também aos arquétipos femininos contidos na própria dramaturgia, quer seja na minha ou na da própria escritora Clarice Lispector” Declara a diretora Vanessa Pimentel, que continua:

“Ainda sobre referências, na perspectiva cinematográfica, antes de tudo, costumo dizer que, de modo geral, eu sou uma grande apaixonada pelo cinema, principalmente o antigo, o clássico, o europeu, e tantos outros. Admiro muito a estética que o diretor Ingmar Bergman consegue imprimir em seus filmes, como por exemplo,  “Persona ” e “Gritos e Sussurros”. E sobre o teatro ter uma linguagem híbrida, sou feliz por ter tido a oportunidade de aprender muito com o dramaturgo e diretor amazonense Francisco Carlos. A sua dramaturgia tinha muito dessa mistura de linguagens entre o teatro e o cinema. Gosto bastante da proposta dele de encenação, da estética de seus trabalhos e também do modo como ele conseguia misturar antropologia com temas clássicos, épicos e contemporâneos. Pra mim, ele sempre foi genial.” Conclui.

Cenários

O Híbrido ‘Lua Vermelha: Clarice- O caminho de dentro´ também é uma ode à Manaus, e um convite para redescobrir a cidade através do olhar mágico, poético, literário ritualístico e feminino, da personagem Clarice, que ao longo de boa parte das cenas, passeia por inúmeros espaços, monumentos e equipamentos culturais como a Praça Dom Pedro II, localizada no Centro Histórico de Manaus; Praça Heliodoro Balbi, antiga ‘Praça da Polícia’; Palácio Rio Negro (área de jardim); Parque Senador Jefferson Peres e o Igarapé Água Branca, último igarapé limpo de Manaus, localizado no Bairro Tarumã, elencado pela diretora, como uma forma de homenagem à cultura, aos povos e à floresta Amazônica.

Apoio

O projeto ‘Lua Vermelha’ foi contemplado no Edital Prêmio Feliciano Lana, no ano de 2020, através da captação de recursos via Lei Aldir Blanc, e contou com o apoio do Governo do Amazonas, através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e do Governo Federal, da Secretaria Especial da Cultura, e também da Fundação de Cultura, Turismo e Eventos- ManausCult.

Sinopse

Uma escritora solitária e em crise, enquanto questiona-se sobre o real sentido da vida e reflete sobre as suas verdadeiras origens e memórias, revela ao espectador,  seus sentimento mais profundos como tristeza, angústia, medo e solidão, além de um forte desejo de liberdade, que está sempre presente em sua escrita poética, sensível, misteriosa e selvagem, que em muito se confunde com a vida e obra da escritora Clarice Lispector, o seu alter ego.

Equipe Técnica

Roteiro: Vanessa Pimentel;  Direção Geral: Vanessa Pimentel; Produção Executiva: Wanessa Leal; Direção de Fotografia: Graziela Praia; Assistência de Direção: André Luiz Nascimento; Assistência de Câmera: Rafael Augusto; Atriz: Vanessa Pimentel; Captação de Áudio: Heverson Batista; Cabelo, Figurino e Maquiagem: Vanessa Pimentel; Direção de Arte e Cenografia: Wanessa Leal e Vanessa Pimentel; Montagem e Finalização: Manoel Castro Jr; Fotografias (Still): Larissa Martins e Leandro Iung e Assessoria de Comunicação: Wanessa Leal.

Fonte: Assessoria

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