A nona edição do Coala Festival confirma mais atrações na programação: direto do Pará, a apresentação do grupo Suraras do Tapajós com participação de Lucas Estrela, e show de Simone com canções que celebram os 50 anos de carreira da artista na MPB. O festival está marcado para os dias 15, 16 e 17 de setembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Outras atrações também anunciadas no line-up são os encontros de Angela Ro Ro e Letrux, de Fafá de Belém com participação de Johnny Hooker, o projeto OlodumBaiana, que une o poder percussivo do Olodum com a intensidade musical do BaianaSystem, e um espetáculo exclusivo para o festival de celebração aos 50 anos dos Novos Baianos, com Baby do Brasil, Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor. Em breve novas atrações serão anunciadas.
Música paraense
Suraras do Tapajós leva ao palco do Coala Festival a vibração de uma música feita pelo grupo, formado apenas por mulheres indígenas, do Pará, mesmo berço de Lucas Estrela que, por sua vez, se une a elas para ecoar a inventividade instrumental da guitarrada.
“Estar no Coala Festival é fazer ecoar a voz indígena feminina para todos os territórios, levando o público a um passeio pela riqueza musical paraense e para um mergulho na ancestralidade e na produção autoral local. Sem contar que a visibilização às expressões artísticas fortalece as populações indígenas e é um grande instrumento de resistência na Amazônia”, explica o grupo. “Pra gente, essa apresentação será viver um momento de resgate da cultura e de uma história de raízes, presenteando quem estará assistindo com os patrimônios culturais do Norte”.
A fusão musical coloca o tradicional e o experimental no mesmo palco e transforma o encontro inédito em uma oportunidade de reverenciar o carimbó e sua importância na cultura brasileira.
“Uma característica muito marcante da cultura paraense é exatamente essa liberdade de poder transitar entre o tradicional e o experimental. Já estou ansioso por esse momento único que o Coala vai proporcionar, de unir o carimbó das Suraras do Tapajós com a linguagem do que faço. Tenho certeza de que muita coisa vai acontecer a partir daí”, comenta Lucas Estrela.
Para o músico, levar a guitarrada ao Coala Festival reverbera também a força da história da sonoridade do Norte do Brasil.
“Costumo dizer que a guitarrada é a música instrumental da Amazônia. Criada por Mestre Vieira, nos anos 1960, ela é muito importante dentro da música brasileira por ter surgido da imaginação dele com influências do choro e do rock da Jovem Guarda. É uma honra apresentar tudo isso no festival”, completa Lucas.
Simone
Já a apresentação de Simone, também anunciada para o line-up, é uma das que entregam o romantismo, o suingue e a intensidade da MPB, passeando pelas canções que marcam a trajetória de 50 anos da cantora. Para o espetáculo no Coala Festival, ela convocou uma banda que vai representar um “mix” de gerações.
“Chamei músicos muito jovens para minha banda, meninos de 20 e poucos anos. E estou adorando. Até batizei a banda: Jardim da Infância”, brinca a cantora. “Decidi que esse aniversário de carreira era o momento propício para mudar as coisas de lugar. O público que já tenho, meus fãs, eles gostam muito quando me movimento. Então, faço isso por eles, por mim e também para a geração que ainda vai me conhecer. Eu tinha vários caminhos possíveis para marcar essa efeméride. Optei por começar de novo – outra vez e sempre. É bem mais divertido e prazeroso. E o convite do Coala acabou coroando isso tudo, esse abraço em públicos de outras gerações, todos loucos por música brasileira, que é a coisa que eu mais amo na vida. Já fiz festivais nesse formato fora do Brasil, mas vai ser minha primeira vez por aqui. E eu estou adorando”, diz Simone.
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