A música amazônica como o grito das matas; a cultura como ferramenta para a defesa das florestas, da terra. É assim que o músico, compositor e produtor paraense Silvan Galvão se tornou uma referência de ativismo em proteção à Amazônia. O artista acaba de lançar o EP “Mãe Amazônia”, que já está nas plataformas digitais e apresenta nas canções a Amazônia mais profunda e que pede socorro.
Abrindo o EP, a canção “Mãe Amazônia, de Pé!” traz em seus versos a importância da Amazônia e declarações contra o seu desmatamento. Outra faixa desse trabalho é “Kwá Yãné Rẽdawa – Esse é o nosso lugar”, um manifesto poético em homenagem à Amazônia que conta com a participação de artistas dos sete estados da Amazônia Legal. Do Pará, Silvan Galvão e Nilson Chaves, autores e intérpretes; o compositor da letra, Joãozinho Gomes; e a atriz Dira Paes, interpretando um poema. Do Amapá, a cantora Patrícia Bastos. Graça Gomes é a sonoridade do Acre. O Amazonas é representado pela artista Ellen Fernandes, e a cantora Euterpe é a voz de Roraima. Bado representa Rondônia e Genésio Tocantins fala de seu estado. “Passado e Futuro” e “Mother Amazon, Stand!” completam o álbum autoral.
A manifestação em defesa ao ecossistema que é fundamental para todo o planeta não pode se limitar ao mês de setembro (mês da Amazônia). Para Silvan, “o mundo está falando da Amazônia, mas é preciso escutar a Amazônia. Quem aqui vive, quem tem uma relação mais profunda com esse lugar, entende a Amazônia muito além do bioma”. E finaliza: “A voz da Amazônia são seus povos. A arte, a música, além de serem nossa forma de expressar a beleza desse lugar, são também uma forma de pedir socorro.”
Nesse momento, Silvan prepara outros projetos, como os shows pelo Brasil, vivências sobre o carimbó, rodas de saberes amazônicos, entre outras atividades que levam para cada canto do país um pouco sobre a cultura do Norte do país.
Sobre o artista
Cantor, compositor, percussionista, banjista e mestre de carimbó, Silvan apresenta nos palcos um trabalho autoral que explora um panorama de ritmos da cultura popular da Amazônia, tanto em formações instrumentais contemporâneas (com bateria, guitarra e baixo) quanto em formação “pau e corda” (banjo, percussão e sopro).
Sua discografia inicia com o CD “Segredos Amazônicos” (2013) e segue com “Tambores que Cantam” (2016), “Silvan Galvão em Alter do Chão” (2017), “Silvan Galvão e Carimbloco” (2018) e “Família Galvão” (2021), ao lado de seus filhos Estefane, Paulo e Kaique Galvão.
Em 2018, Silvan foi premiado no edital “Prêmio Culturas Populares/Ministério da Cultura”, na categoria Mestre de Cultura Popular, por sua atuação com o carimbó na Região Sudeste.
Em 2019, Silvan foi selecionado pelo Programa Ibermúsicas para circular com sua oficina de carimbó por universidades, museus e centros culturais da Argentina e do Chile. Autor de canções em parceria com grandes compositores da Amazônia, como Nilson Chaves, Joãozinho Gomes, Ronaldo Silva e Junior Soares, uma de suas marcas é levar essas parcerias para o palco, promovendo duetos não só com seus parceiros de composição, mas também com artistas como Xangai, Patricia Bastos, Pinduca, Mestre Solano e o grande violonista Sebastião Tapajós.
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