No último fim de semana, o Rio de Janeiro recebeu, na Fundição Progresso, o Red Bull Dance Your Style, evento mundial que desembarcou pela primeira vez no país. O tradicional bairro da Lapa foi palco para os 16 competidores, que dançaram o ritmo de sucessos musicais imprevisíveis. Avaliada pelo próprio público, Darlita Albino, dançarina do rapper Djonga e coreógrafa de Gaby Amarantos, se consagrou como a grande campeã da edição, depois de vencer o carioca Patrique Silva no duelo final.
“Eu sempre acompanhei o evento em outros países, e tinha muita expectativa de que acontecesse aqui no Brasil. Quando soube da oportunidade de poder participar eu fiquei muito feliz, e sabia da responsabilidade que teria. Poder ganhar e saber que vou representar não só meu país, mas todas as pessoas que me ajudaram até aqui, é uma sensação de extrema felicidade”, comenta a dançarina, que, em dezembro, embarca para a África do Sul em busca do título mundial da competição.
Cria da cultura hip hop desde pequena, a paulista se especializou nas vertentes locking e waacking, e acredita no poder de transformação da dança em sua vida, como uma forma de comunicação consigo, com as pessoas e com o mundo. “Eu sou uma artista, mulher, negra e periférica cheia de esperanças e sabedoria por conta da dança. Foi por meio dela que aprendi que eu posso realizar o que eu quiser”, comenta.
O Red Bull Dance Your Style contou com um time de peso, cheio de referências da cena: Aline Constantino, b-girl e produtora do Laboratório Fantasma, coletivo de arte urbana criado por Emicida e Fióti, e ZULU, dançarino e integrante do ballet do rapper Djonga, comandaram a apresentação da festa. No som, a DJ Tamy Reis tocou grandes hits da música brasileira e internacional, e na curadoria estiveram o b-boy e produtor audiovisual Pedro Brum e a professora, modelo e coreógrafa de Djonga, Raquel Cabaneco.
Explorando uma gama de estilos que compõem as danças urbanas, os competidores entregaram tudo de si para impressionar o público, que votou ao final de cada apresentação por meio de plaquinhas azuis ou vermelhas, indicando o seu dançarino preferido. As batalhas contavam com o fato de que nenhum participante sabia a música que teria de dançar. Dessa forma, a capacidade de explorar as habilidades de improviso era um ponto primordial para se destacar, além de presença de palco, carisma, originalidade e qualidade técnica.
Com mais de 130 qualificatórias em 33 países nesta temporada, a primeira edição no Brasil ainda contou com dois workshops abertos ao público com mestres da dança. Pela manhã, o suíço Stalamuerte, craque em hip hop freestyle, deu uma aula sobre o estilo. Na sequência, Raquel Cabaneco e a francesa Sandra Salsfaro ensinaram passos variados, todos com muita brasilidade.
*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.