Patrícia Patrocínio; 04/01/2021 às 12:16

‘Raízes Amazônicas’, o projeto que transforma artistas amazonenses em grafite

O objetivo do projeto é homenagear o trabalho de artistas amazonenses em vida

O projeto ‘Raízes Amazônicas’, uma série de grafites que tem como principal objetivo homenagear o trabalho dos artistas amazonenses em vida, foi idealizado pelos grafiteiros ‘Cria’ (Waldemir Nascimento) e Anderson Pena.

‘Cria’ explica que a ideia surgiu após observar a produção de grafiteiros locais que faziam homenagens a artistas de outros estados, alguns já falecidos.

“Nossa intenção é quebrar a ideia de que só se pode homenagear um artista quando ele falece. A gente perdeu um grande produtor recentemente que foi o Mandrake, e eu sinto muito que não tenha rolado nenhuma homenagem para ele antes disso acontecer. Ele era essencial para a cultura manauara e é por isso, que eu acho que a homenagem deve ser feita enquanto o artista está vivo para que ele possa saber o que representa e possa se reconhecer como um grande.”

Raízes Amazônicas 1° Edição
(Foto: Divulgação)

A iniciativa foi contemplada pelo Edital Conexões Culturais – Lei Aldir Blanc, nesta edição, homenageará seis artistas locais, sendo eles o cantor Nunes Filho, a atriz Maria dos Rios, a cantora Márcia Novo, a árvore que anda, Uýra Sodoma, o rapper Jander Manauara e a cantora Lucinha Cabral. Vale lembrar, que o projeto começou em 2018, de forma independente, quando utilizando recursos próprios, Cria e Anderson financiaram o material necessário para a produção do primeiro grafite da série ‘Raízes Amazônicas’, cujo rosto homenageado da vez foi o do cantor Chico da Silva. 

O evento ocorreu na Zona Centro-Sul de Manaus na Praça Antônio Plácido, em frente a paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada no bairro de Educandos. No dia 26/12, às 13h, juntamente com o projeto Hip Hop nos bairros que levou as batalhas de Mc’s e disputas de break para a intervenção. 

‘Cria’ explica que outra proposta do projeto é fazer do grafite instrumento para denunciar as condições de infraestrutura de bairros periféricos na cidade.

“Moro no Alvorada, um bairro teoricamente bem estruturado. Já o Anderson mora no Novo Israel e sempre que vou visitá-lo, observo a infraestrutura do bairro. Ruas esburacadas, escolas sem manutenção de pintura, postos de saúde sem atendimento. Uma realidade de muitos bairros, eu sei.  Mas percebo que os mais distantes do Centro, são os que mais sofrem com a falta de uma infraestrutura adequada, seja das vias, ou na saúde e educação. Pensando nisso, tivemos a ideia de pintar no Novo Israel, para tentar propor alguma mudança”.

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