No Dia Internacional da Mulher, comemorado neste dia 8 de março, o Mercadizar homenageia cinco mulheres comunicadoras da região Norte que se destacam em suas áreas e impulsionam iniciativas importantes para a cultura, comunicação e representatividade feminina.

Sâmela Hidalgo
A editora Sâmela Hidalgo, notando a escassez de representatividade nortista no mercado nacional de quadrinhos, criou, em 2020, o projeto “Norte em Quadrinhos”. A iniciativa promove quadrinistas da região por meio de eventos, cursos, premiações e circuitos. Entre os desafios enfrentados estão a falta de infraestrutura e a ausência de artistas nortistas no mercado nacional de HQs, o que limita a valorização do trabalho local. Em cinco anos, o projeto já obteve resultados significativos e contribui para fortalecer o cenário dos quadrinhos na Amazônia. Sâmela também é organizadora do Circuito Amazônico de Quadrinhos e da Semana do Quadrinho Nacional de Manaus (SQNM).

Djuena Tikuna
Nascida em Tabatinga, no Amazonas, Djuena Tikuna é cantora, compositora, atriz, jornalista e ativista indígena, reconhecida como uma das maiores referências em música indígena no Brasil. Morou até os oito anos na aldeia Umariaçu II e, em 2006, formou o grupo Magüta com seus irmãos. Sua participação na coletânea “Cantos Indígenas” em 2008, a levou a eventos importantes como a conferência Rio+20 e à abertura das Olimpíadas de 2016, onde apresentou sua versão Tikuna do hino nacional.
Em 2017, Djuena lançou seu primeiro álbum, “Tchautchiüãne”, que foi indicado ao Indigenous Music Awards, o maior prêmio mundial da música indígena. Em 2022, criou o projeto “Torü Wiyaegü”, que inclui livro, documentário e disco, celebrando a música do povo Tikuna.
Pioneira em várias realizações, Djuena foi a primeira indígena a se apresentar no Teatro Amazonas e a realizar a primeira Mostra de Música Indígena de seu estado. Em 2023, participou de concertos internacionais e cantou o Hino Nacional em língua Tikuna no Congresso Nacional. Também foi a primeira jornalista indígena formada no Amazonas. Sua arte é uma poderosa ferramenta de resistência e valorização da cultura Tikuna, resgatando e promovendo a cultura de seu povo.

Larissa Couto
A designer paraense Larissa Couto fundou a Agência Digital Oculta para criar um espaço seguro e inclusivo para mulheres na publicidade e no design. Com uma equipe 100% feminina, a agência valoriza a diversidade e oferece serviços completos de comunicação, branding e design com identidade nortista. Larissa destaca a importância de referências femininas na construção de um mercado mais inovador e representativo.

Aida Harika Yanomami
A cineasta Aida Harika Yanomami é da comunidade Watorikɨ, na Terra Indígena Yanomami, e começou a produzir filmes e fotografias após participar de oficinas de formação audiovisual. Ela integra o coletivo de comunicadores Yanomami, criado em 2018. Em 2023, Aida dirigiu o curta “Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando”, juntamente com Roseane Yariana Yanomami e Edmar Tokorino Yanomami.
O curta foi exibido na 26ª Mostra de Cinema Tiradentes, no 80º Festival de Veneza, e venceu o Prêmio Grande Otelo de Cinema 2024 na categoria Melhor Curta-Metragem Documentário. Ela também dirigiu o filme “Yuri u xëatima thë – A Pesca com Timbó”.
Aida utiliza o audiovisual como ferramenta de resistência e valorização da cultura Yanomami, abordando temas como espiritualidade e tradições ancestrais.

Thai Rodrigues
A ilustradora e quadrinista amapaense Thai Rodrigues é formada em ilustração pela Escola de Artes Cândido Portinari. Desde 2017, atua como freelancer, focada principalmente no cenário editorial. Já trabalhou com capas de livros para a Prefeitura e o Governo do Amapá, e suas ilustrações sobre o apagão que afligiu o Amapá em 2020 ganharam destaque na revista Marie Claire Brasil.
Ficou conhecida pela fanart da série “Fleabag”, que viralizou nas redes sociais e foi compartilhada no perfil da Prime Vídeos Espanha. Em 2022, participou do quadrinho “Mizuras”, finalista de importantes prêmios como Le Blanc, HQMix 2023 e Angelo Agostini.
Em 2024, participou do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ), um marco para os artistas do Amapá. Seu estilo, inspirado no Studio Ghibli, se destaca pelas cores vibrantes e pela forma como retrata sua terra natal. Membro do Coletivo Iukytáias, Thai segue ganhando destaque no mundo da ilustração digital e dos quadrinhos.

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