
A Varanda Multiagência lançou o Manifesto Por Uma Comunicação Que #RepresentaQuemSomos, iniciativa do Comitê de Diversidade e Inclusão SACI – Somos Ação e Conexão Inclusiva, criado em 2023. O documento propõe reflexões e ações práticas para transformar o mercado publicitário em um ambiente mais inclusivo, diverso e conectado à realidade brasileira.
A proposta é questionar a baixa representatividade nas campanhas publicitárias e instigar o mercado a romper com estereótipos que ainda predominam na comunicação. O manifesto aponta que 22% dos brasileiros não se sentem representados pela publicidade, índice que tende a aumentar em regiões com características culturais próprias, como a Amazônia.
“O papel do SACI é esse: trazer pautas essenciais, promovendo ações e reflexões importantes não só para o mercado, mas para a construção de uma sociedade mais diversa e inclusiva”, afirma Luan Rangel, Head de Publicidade da Varanda e membro do comitê.
O manifesto destaca ainda o risco de as pautas de diversidade se limitarem a datas comemorativas. Segundo a agência, a falta de continuidade nas ações e o uso superficial de símbolos de inclusão afastam os consumidores e esvaziam o potencial transformador da publicidade.
Entre os dados levantados, chama atenção o predomínio da branquitude nas campanhas: 83% dos modelos publicitários no Brasil são brancos, de acordo com levantamento do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA). A sub-representação de mulheres negras também é destacada: elas protagonizam apenas 27% dos anúncios.
A invisibilidade de outras identidades também preocupa. Pessoas LGBTQIA+ ainda são representadas de forma estereotipada; indígenas aparecem em apenas 0,2% dos anúncios de bens de consumo; PCDs, que representam 23% da população brasileira, figuram em apenas 1% da publicidade nas redes sociais. Já o público 50+, responsável por mais de R$ 1,8 trilhão da chamada “economia prateada”, se sente ignorado por 55% das marcas.
“Nós, que trabalhamos com comunicação, temos por ética exercer nosso ofício com responsabilidade social”, afirma Jéssica Dandara, revisora da Varanda e integrante do SACI.
Para Patrick Vidal, também membro do comitê e da equipe de planejamento, “co-criar um mercado que valorize seu povo e faça-o se ver nas campanhas é o objetivo base”.
O manifesto também defende que as marcas abandonem o medo de se posicionar e assumam um papel ativo na construção de uma comunicação mais justa. A Varanda afirma que tem buscado promover representatividade real nos projetos com seus clientes.
“A Varanda não quer apenas entregar o que o mercado aprova, mas provocar, sugerir e defender o que acredita ser correto”, ressalta Rodrigo Motta, fundador e diretor de publicidade da agência. “Somos muitas, somos muites, somos muitos. Somos Varanda.”
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