Um projeto cultural liderado pela Mestra Neya e pelo Grupo de Carimbó Jangada Encantada está fortalecendo a aplicação das Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que garantem o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena nas escolas. Em setembro, o projeto oferece duas oficinas voltadas à cultura.
A iniciativa, apoiada por jovens comunicadores das periferias de Belém, visa preservar e valorizar o carimbó, expressão cultural amazônida reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Com o título “Carimbó pra Encantaria – O Futuro é Ancestral!”, o projeto promove a conexão da juventude com suas raízes culturais.
Celebrando dez anos desde o reconhecimento do carimbó como patrimônio imaterial, o projeto oferece duas oficinas em 2024. A primeira, “Tecnologia Ancestral do Carimbó”, será realizada em Icoaraci (PA), em 11 de setembro, destacando a construção de instrumentos musicais reciclados.
Já a segunda, “Musicalização com Maracás frente às mudanças climáticas”, acontecerá na Barca Literária, no bairro do Telégrafo, em Belém, no dia 30 de setembro, e discutirá a conexão entre música, ancestralidade e justiça climática.
As oficinas, facilitadas por Mestra Neya e Samara Cheetara, também visam educar sobre sustentabilidade, usando materiais reciclados como latas, capacetes e sementes. Além disso, a musicalização reverencia as tradições afroamazônicas e indígenas, envolvendo jovens e adolescentes em práticas culturais que abordam as mudanças climáticas.
“Por as turmas serem grandes, não conseguimos abrir inscrição, mas estamos muito abertos para realizar a oficina com parcerias em outros espaços. Na verdade, esse é o nosso objetivo: que se expanda e consiga fortalecer e movimentar os saberes e fazeres ancestrais e culturais do carimbó em outros espaços, e também fortalecer as redes de parcerias da Mestra Neya e da Jangada Encantada.” Comentou Samara Sheetara, de 25 anos de idade, maraqueira, produtora cultural e integrante do grupo Jangada Encantada.
A seleção do projeto para o Prêmio Culturas Populares e Tradicionais Mestre Lucindo, no edital do Prêmio Cultura Viva Sérgio Mamberti, ressalta a relevância das ações promovidas por Mestra Neya. Com mais de uma década de trabalho, ela é uma defensora da cultura popular e da preservação da identidade amazônida, sendo conhecida como “Neya das Maracas”.
Por meio da música e da oralidade, o projeto oferece à juventude negra e periférica um espaço de reconexão com a ancestralidade, usando a cultura como ferramenta de transformação socioambiental. O “Carimbó pra Encantaria” reforça a importância de preservar as tradições para as gerações futuras.
Grupo de Carimbó Jangada Encantada
O Grupo de Carimbó Jangada Encantada preserva e celebra as tradições afro-brasileiras e indígenas por meio do Carimbó, promovendo a cultura amazônida em comunidades e espaços educativos. Fundado por Mestra Neya, o grupo difunde essa prática cultural desde 2019, especialmente com o projeto “Carimbó pra Encantaria – O Futuro é Ancestral”, que conecta a juventude negra e periférica com sua ancestralidade. Neya, há mais de 10 anos na preservação do Carimbó, enfrenta desafios como a falta de inclusão da cultura nas escolas, mas promove a sustentabilidade e a educação socioambiental em suas atividades.
Serviço
1ª Oficina “Tecnologia Ancestral do Carimbó – Instrumentos musicais reciclados a partir do lixo urbano”
Local: EEETEPA – Professor Francisco das Chagas de Azevedo Cacau
Endereço: R. Monsenhor José Maria Azevedo – Campina de Icoaraci, Belém, 66813-640
Data: 11/08/2024
Horário: às 19h
2ª Oficina: Carimbó para Encantaria – Musicalização com Maracas frente às mudanças climáticas.
Local: Barca Literária
Endereço: Passagem Praiana, n° 55B – Telégrafo, Belém – PA
Data: 30/08/2024
Horário: a partir das 19h
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